China ordena redução acentuada de voos para conter riscos do coronavírus
A China ordenou que as companhias aéreas reduzam drasticamente o número de voos domésticos e internacionais, preocupada com o risco de que viajantes estrangeiros possam reacender o surto de coronavírus que paralisou o país por dois meses.
A Administração de Aviação Civil da China (CAAC, na sigla em inglês) informou nesta quinta-feira que havia instruído as companhias aéreas chinesas a manterem apenas uma rota para qualquer país e limitar o número de voos a um por semana, a partir de 29 de março.
A agência também ordenou que as companhias aéreas estrangeiras reduzam suas rotas internacionais para a China para uma por semana, e operem apenas uma rota dentro do país.
Cerca de 80% dos voos internacionais já estavam sendo cancelados antes do anúncio, mas as companhias aéreas chinesas haviam sido solicitadas a não reduzirem suas rotas internacionais até o pedido desta quinta-feira da CAAC.
A China também suspenderá, temporariamente, a entrada de estrangeiros com visto e permissão de residência válidos, a partir de 28 de março, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira.
As medidas, em conjunto com as severas regras de quarentena que estão sendo impostas às pessoas que chegam ao país, devem retardar o fluxo de viajantes que desembarcam na China.
Pequim deseja impedir o ressurgimento da epidemia do coronavírus, que irrompeu na capital da região de Hubei, Wuhan, no final de 2019, e matou quase 3.300 cidadãos chineses até hoje e mais de 21.000 pessoas em todo o mundo.
RESTRIÇÕES
Severas restrições a viagens e transportes colocaram a epidemia sob controle na China, no entanto, a um alto preço, com alguns analistas estimando uma contração total da economia do país no primeiro trimestre.
Pequim está estimulando as indústrias a reabrirem, mas o vírus, que agora se espalhou pelo mundo, continua ameaçando a economia da China e a saúde de seu povo.
A China continental não registra nenhum novo caso de coronavírus transmitido localmente há oito dias, mudando o foco para impedir que pessoas infectadas que chegam do exterior desencadeiem um novo surto no país.
Todos os 67 casos novos relatados até o final de quarta-feira foram importados, assim como os 47 registrados no dia anterior, informou a Comissão Nacional de Saúde nesta quinta-feira, levando o número total de casos confirmados a 81.285.
A comissão registrou um total de 3.287 mortes até o final da quarta-feira, seis a mais do que no dia anterior.
O bloqueio da capital de Hubei, Wuhan, onde o vírus apareceu pela primeira vez no final do ano passado, será suspenso em 8 de abril, um marco na guerra da China contra a epidemia.