China pede que ONU revogue sanções contra Coreia do Norte
Reunião inédita de Donald Trump e Kim Jong-un foi elogiada por China, Índia e Rússia
Poucas horas após o histórico encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Singapura, já começam a aparecer as primeiras reações da comunidade internacional. A China solicitou, atravéz do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Gang Shuang, que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) considere a possibilidade de suspender ou revogar as sanções internacionais contra a Coreia do Norte por seus testes nucleares.
Já o ministro chinês, Wang Yi, disse que a reunião tem um "importante e positivo significado, iniciando uma nova história" entre os dois países. Porém, ele pediu que Estados Unidos e Coreia do Norte resolvam todos os seus problemas com "conversas paritárias" e estabeleçam "uma confiança recíproca". "As sanções não são a conclusão. Nós acreditamos que o Conselho de Segurança deve se esforçar para apoiar os passos diplomáticos da fase atual [de negociações]', afirmou.
A Rússia, por sua vez, manteve uma distância maior. Moscou elogiou a reunião entre Trump e Kim, mas demonstrou certa desconfiança. "Não podemos deixar de acolher de maneira positiva os passos feitos hoje, apesar do diabo estar nos detalhes", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
Já a Índia também elogiou a reunião, considerando-a um "passo importante para a paz e para a estabilidade na península coreana". "A Índia sempre apoiou todos os esforços para levar paz e estabilidade à península coreana através do diálogo e da diplomacia", comentou o governo em uma nota oficial.
A Coreia do Sul, que até poucos meses atrás era uma adversária política da vizinha do Norte, disse que a reunião de hoje é "histórica", capaz de encerrar o último capítulo da Guerra Fria e de escrever uma nova história de paz e cooperação. "Cumprimento e recebo com felicidade o sucesso da histórica cúpula entre EUA e Coreia do Norte", disse o presidente Moon Jae-in.
No inédito encontro entre os líderes dos dois países, Kim concordou em abrir mão do seu plano nuclear em troca de apoio dos Estados Unidos no setor de segurança. O acordo deve abrir caminho para a paz na península coreana, já que Seul sempre foi aliada dos EUA e os exercícios militares com Washington provocavam tesões com Pyongyang.