China processa e expulsa de partido ex-diretor da Interpol
Meng Hongwei foi acusado de corrupção e abuso de poder
A China acusou o ex-presidente da Interpol Meng Hongwei de corrupção e abuso de poder e decidiu expulsá-lo do Partido Comunista. A informação foi divulgada hoje (27) pela Comissão Disciplinar da legenda que governa o gigante asiático.
O PCC relevou que conduziu uma investigação que revelou que Meng gastou quantias "extravagantes" de fundos estatais, além de ter cometido abuso de poder e se recusado a seguir as decisões do partido. Por isso, ele foi expulso da legenda e afastado de "todos seus cargos públicos", informou a comissão.
Meng, de 65 anos, foi detido em setembro de 2018, em uma viagem da França, onde fica a sede da Interpol, para a China. Na época, familiares disseram que ele estava desaparecido, mas, em outubro, as autoridades chinesas revelaram Meng estava detido "sob investigação".
Nos últimos dias, a esposa de Meng, Grace, pediu ao presidente francês, Emmanuel Macron, abordar o assunto com o líder chinês, Xi Jinping, durante sua visita a Paris. O comunicado da comissão do PCC foi difundido horas após o retorno de Xi à China.
O desaparecimento do então líder da Interpol levantou suspeitas na comunidade internacional sobre a conduta da China. A esposa de Meng chegou a dizer à rede BBC que "não tinha certeza se ele estava vivo". Desde 25 de setembro, nenhuma informação sobre suas condições na prisão foram reveladas.
Meng foi eleito presidente da Interpol em novembro de 2016 e se tornou o primeiro chinês a ocupar o posto. Seu mandato terminaria em 2020. Com seu desaparecimento, a Interpol elegeu o sul-coreano Kim Jong-yang como substituto.