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"Chuva de bombas" basta na luta contra o Estado Islâmico?

24 nov 2015 - 13h42
(atualizado às 14h00)
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Foto: Getty Images

A ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico já soma mais de 8,3 mil bombardeios desde agosto de 2014. Apesar dessa verdadeira "chuva de bombas", com 17 ataques aéreos diários, o grupo vem conseguindo manter suas posições no Iraque e na Síria.

Após serem alvo de ataques do Estado Islâmico, França e Rússia também estão realizando ataques aéreos na região.

Todo esse esforço militar, porém, levanta a questão: a ofensiva está funcionando? Para Malcolm Charmers, especialista em defesa e segurança, será preciso elevar a campanha a outro nível.

"Se o objetivo é retomar território, você precisa de forças de solo. Aviões não tomam território. Eles apoiam esforços, mas sozinhos não fazem muito", afirmou o diretor do centro de estudos Rusi (Royal United Services Institute), da Inglaterra.

Desafios

A presença do Estado Islâmico em uma ampla porção de território, e pulverizada por vilas e cidades, dificulta ainda mais uma estratégia exclusivamente aérea.

A cidade de Mosil, no Iraque, por exemplo, apesar de estar ocupada pelo EI desde junho de 2014, não é alvo frequente de ataques justamente em razão do grande número de civis que ainda vivem na região.

Há ainda outro problema: nem sempre os bombardeios saem conforme o planejado – planos e informações de inteligência podem estar errados, levando a mortes de civis.

Caso haja consenso sobre uma ação terrestre, ainda será preciso definir: de quem serão as botas no solo?

Especialistas alertam ainda, a partir das experiências recentes no Iraque e no Afeganistão, para a necessidade de bons planos para o "pós-guerra", de modo a evitar o caos social que, no caso iraquiano, contribuiu para o próprio surgimento do EI.

"Bombardeios por si só não são suficientes. Podem aumentar os recrutas do EI e ter um efeito contrário, a não ser que a 'política do depois' seja acertada desde o início", afirmou Jeremy Greenstock, ex-embaixador do Reino Unido na ONU.

Foto: EFE
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