Cidadãos de países ricos apoiam ajuda climática para nações mais vulneráveis
Cidadãos da Europa, Estados Unidos, Japão e China acreditam que seus países deveriam ressarcir as nações mais pobres para ajudá-las a lidar com o impacto das mudanças climáticas, mostrou uma pesquisa do Banco Europeu de Investimento (BEI) com mais de 30 mil pessoas e compartilhada com a Reuters.
A quinta pesquisa anual do clima, conduzida pelo banco, revelou um consenso global para financiar o combate às mudanças climáticas, mesmo se isso significar impostos mais elevados e a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis.
Mas as preocupações com o impacto econômico da ação climática ainda prevalecem no mundo, com a maioria dos entrevistados dizendo que a transição para uma economia de baixo carbono só será exitosa se também combater as desigualdades.
"A mais recente Pesquisa do Clima do BEI realça a profunda ciência das pessoas sobre as mudanças climáticas e seu comprometimento em combatê-las de frente", afirmou o vice-presidente do banco, Ambroise Fayolle.
"Elas reconhecem que uma transição bem-sucedida para um mundo neutro de carbono tem que ser acompanhada pelo ataque às desigualdades social e econômica, doméstica e globalmente."
O financiamento climático para adaptação e perdas e danos será um assunto central da COP28, que começa em Dubai nesta semana. Mais de 60% dos entrevistados na União Europeia e nos Estados Unidos concordaram que seus países devem fornecer recursos para tal, informou o BEI, braço de crédito da União Europeia.
Embora a China ainda se considere um país em desenvolvimento e acredite que as nações industrializadas deveriam oferecer a maior parte do financiamento climático, quase três quartos dos entrevistados no país dizem que a China, a maior poluidora por carbono no mundo, também deveria contribuir.
Entrevistados de todo o planeta colocaram as mudanças climáticas como um dos três maiores desafios mundiais, ao lado do crescente custo de vida e da desigualdade econômica.
A pesquisa também revelou um forte apoio mundial ao fim dos subsídios e desonerações fiscais para combustíveis fósseis, algo que deve ser outro tópico importante da COP28.
Na Índia e na China, os dois maiores fornecedores de subsídios aos combustíveis fósseis, mais de 90% dos entrevistados concordam que tais incentivos devem ser eliminados. Nos EUA, Europa e Japão, cerca de três quartos da amostragem tiveram o mesmo posicionamento.