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Cientistas descobrem lagarto que solta pele do corpo para escapar de predadores

8 fev 2017 - 08h50
(atualizado às 10h44)
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O lagarto Geckolepis megalepis se livra das escamas ao menor toque e as regenera em pouco tempo
O lagarto Geckolepis megalepis se livra das escamas ao menor toque e as regenera em pouco tempo
Foto: F. Glaw / BBC News Brasil

Cientistas alemães descobriram uma espécie de lagarto que se livra completamente da pele para fugir dos predadores.

O réptil, de nome científico Geckolepis megalepis, foi batizado de lagarto-escama-de-peixe. Ele vive em Madagascar e nas vizinhas ilhas Comores, na costa sudeste da África.

Muitos lagartos podem soltar a própria cauda quando atacados, mas a nova espécie tem escamas grandes que se desprendem com facilidade ainda maior.

A descoberta foi relatada na revista científica PeerJ.

Sem cicatriz

Ao perder as escamas, a nova espécie fica com a pele totalmente exposta mas não apresenta sangramento nem cicatriz
Ao perder as escamas, a nova espécie fica com a pele totalmente exposta mas não apresenta sangramento nem cicatriz
Foto: F. Glaw / BBC News Brasil

O lagarto é especialmente adaptado à descamação.

Embora muitos outros lagartos possam se livrar da pele quando agarrados com firmeza, essa espécie faz isso diante do mais leve toque.

Novas escamas crescem em algumas semanas sem deixar cicatrizes, enquanto outros lagartos demoram mais para regenerá-las.

Outra característica que impressionou os cientistas é o tamanho - considerado grande - das escamas do Geckolepis megalepis.

A hipótese é de que escamas maiores se soltam mais facilmente porque ocupam superfície e área de atrito também maiores.

"O que é realmente impressionante é que estas escamas, que são espessas e às vezes podem ser ósseas, exigem um grande gasto de energia na sua produção", disse o chefe da pesquisa Mark Scherz, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, na Alemanha. "Também impressiona a facilidade com que se soltam e regeneram rapidamente sem deixar cicatriz."

Observação difícil

A nova espécie foi observada no Parque Nacional do Tsingy, no norte de Madagascar, em atividade durante a noite, em temporadas de chuva e seca, em árvores e cavernas.

Os primeiros relatos científicos da existência destes lagartos em Madagascar surgiram no fim do século 19, mas esbarraram na dificuldade de capturar exemplares sem que eles perdessem escamas demais.

Mais recentemente, os cientistas passaram a atrai-los evitando qualquer contato direto.

O número de escamas e a sua padronagem são fundamentais para os especialistas identificarem e distinguirem as espécies de répteis. Por isso, eles levaram tanto tempo para classificar o Geckolepis megalepis como nova espécie.

Existem em Madagascar 350 répteis terrestres, 90% dos quais não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo.

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