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Cobertura vacinal e foco em crianças ajudaram Cuba a derrotar Ômicron, dizem especialistas

17 fev 2022 - 19h25
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A ampla cobertura vacinal de Cuba contra a Covid-19 e o movimento antecipado para imunizar suas crianças provaram ser fundamentais para combater a variante Ômicron altamente infecciosa antes mesmo que ela se instalasse na ilha, dizem especialistas locais e internacionais.

A Ômicron chegou a Cuba em dezembro, mas ficou muito aquém do aumento pronunciado de casos observados em muitos outros lugares e as infecções caíram mais de 80% desde então, mostram dados oficiais.

As mortes permaneceram em torno de 10% ou menos de seu pico ao longo da onda Ômicron, de acordo com uma contagem da Reuters.

Globalmente, a Ômicron provou ser muito mais infecciosa do que a variante Delta, mas também menos propensa a causar doenças graves. Assim, o aumento do número de casos pode ser uma explicação para o aumento das hospitalizações em muitos países, dizem os cientistas.

O virologista Amilcar Perez Riverol disse que, embora os números de casos variem muito de país para país, dependendo da taxa de testes, parece que a Ômicron teve dificuldades para se estabelecer em Cuba ou causar mortes ou doenças graves.

"Parece que a Ômicron não terá nem de longe o impacto que a Delta teve em Cuba, ou mesmo o impacto que está causando em outros países, nem exercerá a pressão sobre o sistema hospitalar como em outros países", disse Perez Riverol à Reuters.

As crianças pequenas, em particular, tornaram-se vulneráveis à disseminação do Omicron em muitos países, pois algumas vacinas, incluindo as produzidas pela Pfizer, Moderna e Johnson and Johnson, ainda precisam ser aprovadas pelos reguladores globais para os menores de 5 anos.

Cuba, cujos governantes comunistas há muito procuram se destacar entre os países em desenvolvimento fornecendo um sistema de saúde gratuito e focado no tratamento preventivo, como vacinas, desenvolveu suas próprias vacinas contra a Covid e se tornou o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação em massa de crianças a partir dos 2 anos.

Desde então, os profissionais de saúde da ilha caribenha imunizaram totalmente 1,8 milhão de crianças e jovens entre 2 e 18 anos, ou mais de 96% do total, sem efeitos colaterais graves relatados, segundo dados oficiais cubanos.

Eduardo Martínez, presidente da empresa farmacêutica estatal BioCubaFarma, disse que a campanha destacou Cuba na luta contra a Ômicron. "Em outras partes do mundo, o vírus está circulando mais na população pediátrica, mas isso não está acontecendo em Cuba", afirmou ele.

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