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Colômbia colocará 4 mil detentos em prisão domiciliar para conter coronavírus nas cadeias

15 abr 2020 - 15h56
(atualizado às 16h02)
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A Colômbia colocará 4 mil presidiários temporariamente em prisão domiciliar na tentativa de conter a disseminação do coronavírus, disse a ministra da Justiça nesta quarta-feira.

Vista externa da penitenciária de La Modelo, em Bogotá, Colômbia; na imagem, presos protestam pedindo para que governo tome medidas para conter coronavírus no sistema 
22/03/2020
REUTERS/Leonardo Munoz
Vista externa da penitenciária de La Modelo, em Bogotá, Colômbia; na imagem, presos protestam pedindo para que governo tome medidas para conter coronavírus no sistema 22/03/2020 REUTERS/Leonardo Munoz
Foto: Reuters

Mais pessoas podem ser soltas nos próximos dias, disse a ministra Margarita Cabello em uma coletiva de imprensa por vídeo.

Duas pessoas libertadas recentemente de uma prisão na cidade central de Villavicencio morreram depois de contraírem o coronavírus. Treze outros presidiários, dois carcereiros e um administrador da mesma instituição também tiveram infecções confirmadas.

"Analisamos as projeções para chegar ao maior número de presidiários que poderiam ser beneficiados", explicou Cabello. "Mas tenho que ser realista, nenhuma medida que eu possa tomar garantirá 100% que evitaremos infecções."

Viver apertados em espaços exíguos torna os presos especialmente vulneráveis à proliferação do vírus às vezes mortal.

A medida visa gestantes, deficientes e pessoas com mais de 60 anos, presidiárias com filhos de menos de três anos e aqueles com câncer, diabetes ou problemas cardíacos --enfermidades que muitas vezes têm um desfecho ruim se suas vítimas contraírem o vírus.

Os presidiários com penas de até cinco anos ou que completaram 40% de suas sentenças também são candidatos ao programa de prisão domiciliar, de acordo com um decreto do governo.

Os presidiários condenados por violência sexual contra crianças, crimes de guerra, crimes contra a humanidade, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção não são candidatos, nem aqueles com pedidos internacionais de extradição pendentes.

O programa terá duração de seis meses.

As visitas do público aos presidiários estão proibidas desde meados de março para tentar controlar a Covid-19, a doença respiratória causada pelo vírus, que já matou quase 130 colombianos.

Como em muitos países da América Latina, as cadeias da Colômbia estão superlotadas --suas 132 prisões têm capacidade para 81 mil detentos, mas abrigam mais de 121 mil, segundo números do próprio governo.

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