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Com aumento de bombardeios, Ucrânia pede que mais pessoas deixem a região do leste do país

Governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, alertou, neste sábado, que mais forças russas estão chegando

9 abr 2022 - 09h47
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Estação de trem destruída na região de Sumy, no norte da Ucrânia
Estação de trem destruída na região de Sumy, no norte da Ucrânia
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Com a chegada de mais forças russas e aumento de bombardeios nos últimos dias, o governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, alertou neste sábado, 9, que mais pessoas precisam deixar a região no leste da Ucrânia. Segundo ele, cerca de 30% dos moradores ainda permanecem em cidades e vilarejos em toda a região e foram solicitados a sair de suas casas.

"Eles (Rússia) estão acumulando forças para uma ofensiva e vemos que o número de bombardeios aumentou", disse Gaidai à televisão pública.

A Ucrânia tem alertado cada vez mais que Putin planeja intensificar os ataques no leste e no sul do país depois de retirar suas tropas de áreas ao norte da capital, Kiev.

Os Estados Unidos disseram nesta semana que Moscou provavelmente planeja enviar dezenas de milhares de soldados para o leste da Ucrânia.

A vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, disse que dez corredores humanitários foram acordados para a saída de pessoas em todo o país, inclusive para que as pessoas deixem o porto de Mariupol, no sul, por transporte privado.

Com sua localização estratégica na costa do Mar de Azov, Mariupol tem sido atingida por ataques russos desde o início da guerra.

Já o Ministério da Defesa russo disse neste sábado que transportou mais de oitenta moradores do distrito da margem esquerda de Mariupol na sexta-feira, 8, conforme informou a agência de notícias russa RIA.

"Todas as pessoas foram levadas para lugares seguros", citou a agência um comunicado do ministério. "Os moradores que sofreram bombardeios receberam ajuda médica qualificada por militares russos", acrescentou. A Reuters, no entanto, não pôde verificar isso imediatamente.

Moscou negou ter como alvo civis no que chama de "operação militar especial" destinada a desmilitarizar e "desnazificar" seu vizinho.

Por outro lado, a Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam isso de pretexto infundado para a guerra.

Sirenes de ataque aéreo soaram em cidades do leste da Ucrânia, que se tornou o foco da ação militar russa nas últimas semanas após uma retirada de áreas próxima s a Kiev.

Ataque em estação férrea

Pelo menos 52 civis que tentavam evacuar de uma estação de trem em Kramatorsk, no leste da Ucrânia foram mortos em um ataque com mísseis na sexta-feira. O prefeito da cidade, Oleksander Honcharenko, que estimou que ao menos 4 mil pessoas estavam reunidas no local na ocasião, disse neste sábado que mais dois óbitos foram registrados.

O ataque aconteceu no momento em que autoridades ucranianas das regiões localizadas no leste pedem que os civis se retirem das cidades o quanto antes.

A invasão da Rússia, que começou em 24 de fevereiro, forçou mais de 4 milhões de pessoas a fugir para o exterior, matou ou feriu milhares, deixou um quarto da população desabrigada e transformou cidades em escombros.

As baixas civis desencadearam uma onda de condenação internacional, em particular pelas mortes na cidade de Bucha, que até a semana passada estava ocupada pelas forças russas.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski,, pediu uma "resposta global firme" ao ataque de mísseis de sexta-feira a uma estação de trem lotada de mulheres, crianças e idosos na cidade de Kramatorsk, região de Donetsk, um centro para civis que fogem do leste.

O ataque deixou pedaços de roupas manchadas de sangue, brinquedos e bagagens danificadas espalhadas pela plataforma da estação.

O Ministério da Defesa da Rússia negou a responsabilidade, dizendo em comunicado que os mísseis que atingiram a estação foram usados apenas pela Ucrânia e que as forças armadas da Rússia não tinham alvos designados em Kramatorsk na sexta-feira.

A televisão estatal russa descreveu o ataque como uma "provocação sangrenta" da Ucrânia.

Em Washington, um alto funcionário da defesa disse que os Estados Unidos não aceitam a negação russa e acreditam que as forças russas dispararam um míssil balístico de curto alcance no ataque. / Reuters

Estadão
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