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Com fechamento de aeroporto, afegãos correm para fronteiras

Esforços particulares para ajudar afegãos temerosos de represálias do Taliban se concentraram em obter passagem livres através de fronteiras

1 set 2021 - 08h48
(atualizado às 08h56)
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Multidões ansiosas para fugir do Afeganistão correram para as fronteiras do país enquanto filas longas se formavam nos bancos nesta quarta-feira, 1º, e o vácuo administrativo existente desde que o Talibã assumiu o poder deixou doadores estrangeiros incertos sobre como reagir a uma crise humanitária iminente.

Bandeiras do Paquistão e do Taliban na passagem fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão na cidade paquistanesa de Chaman
27/08/2021 REUTERS/Saeed Ali Achakzai
Bandeiras do Paquistão e do Taliban na passagem fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão na cidade paquistanesa de Chaman 27/08/2021 REUTERS/Saeed Ali Achakzai
Foto: Reuters

A milícia islâmica se concentrou em manter bancos, hospitais e o aparato governamental funcionando depois que a retirada final das forças dos Estados Unidos na segunda-feira encerrou uma ponte aérea maciça para a retirada de afegãos que ajudaram países ocidentais durante a guerra de 20 anos.

Como o aeroporto de Cabul está inoperante, esforços particulares para ajudar afegãos temerosos de represálias do Taliban se concentraram em obter passagem livres através das fronteiras da nação sem saída para o mar com Irã, Paquistão e países do centro da Ásia.

Em Torkham, uma grande passagem de fronteira com o Paquistão pouco a leste da Passagem de Khyber, uma autoridade paquistanesa disse: "Um número grande de pessoas está aguardando a abertura do portão do lado do Afeganistão".

Milhares também se reuniram no posto de Islam Qala, na divisa com o Irã, disseram testemunhas.

"Senti que estar entre as forças de segurança iranianas trouxe um tipo de relaxamento para os afegãos ao entrarem no Irã, na comparação com o passado", disse um afegão de um grupo de oito que cruzavam.

Mais de 123 mil pessoas foram retiradas de Cabul durante a ponte aérea liderada pelos EUA depois que o Taliban dominou a cidade, em meados de agosto, mas dezenas de milhares de afegãos em risco ficaram para trás.

Só a Alemanha estima que entre 10 mil e 40 mil funcionários afegãos ainda trabalhando para organizações de desenvolvimento do Afeganistão têm direito de ser levados para seu solo caso se sintam ameaçados.

O Taliban está conversando com o Catar e a Turquia sobre como administrar o aeroporto de Cabul, de acordo com o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, mas pode levar dias ou semanas para que estas negociações sejam finalizadas.

A fronteira terrestre do Uzbequistão com o Afeganistão permanecia fechada, mas seu governo disse que auxiliará afegãos em trânsito para a Alemanha pelo ar assim que os voos forem retomados.

Em uma resolução aprovada na segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu ao Taliban que dê passagem livre àqueles que desejam partir, mas não mencionou a criação de uma zona segura, uma medida apoiada pela França e outros.

O Taliban ainda não instaurou um governo novo, nem revelou como pretende governar --à diferença de 1996, quando um conselho de líderes foi formado horas após a tomada da capital.

(Das redações da Reuters)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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