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Como a variante Delta bagunçou as suposições sobre o coronavírus

26 jul 2021 - 11h05
(atualizado às 11h08)
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A variante Delta é a mais rápida, mais forte e mais formidável versão do coronavírus que causa a Covid-19 que o mundo já encontrou e está bagunçando as presunções sobre a doença, mesmo no momento em que os países aliviam restrições e abrem suas economias, segundo virologistas e epidemiologistas.

Mulher usando máscara de proteção passa por van de testes de Covid-19 em Nova York, EUA 
22/07/2021 REUTERS/Brendan McDermid
Mulher usando máscara de proteção passa por van de testes de Covid-19 em Nova York, EUA 22/07/2021 REUTERS/Brendan McDermid
Foto: Reuters

A proteção pela vacina permanece muito forte contra infecções severas e internações causadas por qualquer versão do coronavírus, e os que estão mais ameaçados ainda são os não vacinados, segundo entrevistas com dez especialistas em Covid-19.

A principal preocupação sobre a variante Delta, inicialmente identificada na Índia, não é que ela deixa as pessoas mais doentes, mas que se dissemina mais rapidamente de pessoa a pessoa, aumentando infecções e internações entre não vacinados.

Há cada vez mais evidências de que ela é capaz de infectar pessoas totalmente vacinadas em uma taxa maior do que as versões anteriores, e surgiram preocupações de que essas pessoas podem até espalhar o vírus, dizem especialistas.

"O maior risco ao mundo no momento é simplesmente a Delta", disse a microbiologista Sharon Peacock, que administra as tentativas do Reino Unido para sequenciar os genomas das variantes do coronavírus, chamando-a de "a mais forte e rápida variante até agora".

Até que haja mais dados sobre as transmissões pela variante Delta, especialistas em doenças dizem que máscaras, distanciamento social e outras medidas afastadas pelos países com amplas campanhas de vacinação podem ser necessárias novamente.

"Há sempre a ilusão de que não há uma bala de prata que resolverá todos nossos problemas. O coronavírus está nos dando uma lição", disse Nadav Davidovitch, diretor da escola de saúde pública da Universidade Ben Gurion, em Israel.

"DANDO UMA LIÇÃO"

As vacinas da Pfizer Inc/BioNTech, uma das mais eficientes contra a Covid-19 até agora, parece ser apenas 41% efetiva em interromper infecções sintomáticas em Israel ao longo do último mês, com a disseminação da variante Delta, segundo dados do governo de Israel. Especialistas israelenses disseram que essa informação exige mais análise antes de chegarem a conclusões.

"A proteção ao indivíduo é muito forte; proteção contra infeccionar os outros é muito menor", disse Davidovitch.

O desenvolvimento de vacinas altamente eficientes pode levar muitas pessoas a acreditarem que, uma vez vacinadas, a Covid-19 é uma ameaça pequena a eles.

Monica Gandhi, médica de doenças infecciosas na Universidade da Califórnia, em São Francisco, disse: "As pessoas estão tão decepcionadas neste momento por não estarem 100% protegidas de desenvolvimentos médios" - ser infectado, apesar de ter sido vacinado.

Mas Gandhi acrescentou que o fato de que quase todos os norte-americanos internados com Covid-19 neste momento sejam os não vacinados "é uma eficiência bem impressionante".

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