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Como crise entre Israel e ONU se agravou em 24h

Antonio Guterres, disse que os ataques do Hamas em 7 de outubro, que deixaram 1.400 mortos, não aconteceram "no vácuo", fazendo referência aos "56 anos de ocupação" dos palestinos por Israel.

25 out 2023 - 08h03
(atualizado às 09h47)
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Secretário-geral da ONU disse que "as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horríveis do Hamas" e que "ataques horrendos não podem justificar a punição coletiva do povo palestino".
Secretário-geral da ONU disse que "as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horríveis do Hamas" e que "ataques horrendos não podem justificar a punição coletiva do povo palestino".
Foto: EPA / BBC News Brasil

Um racha eclodiu em Nova York na noite de terça-feira (24/10), quando o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir a guerra entre Israel e o Hamas.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que os ataques do Hamas em 7 de outubro, que deixaram 1.400 mortos, não aconteceram "no vácuo", fazendo referência aos "56 anos de ocupação" dos palestinos por Israel.

Na terça-feira, quase 5,8 mil pessoas teriam sido mortas desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Os comentários de Guterres foram alvo de uma resposta do ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que disse que "não pode haver motivo para tal massacre".

"Em que mundo você vive?", perguntou o diplomata a Guterres.

Mais tarde, Cohen disse que cancelaria sua reunião com o chefe da ONU

Gilad Erdan, embaixador de Israel nas Nações Unidas, pediu a demissão de Guterres, dizendo que ele "não está apto para liderar a ONU".

Pelo X, antigo Twitter, Guterres destacou outros trechos do seu discurso.

Ele tambem havia dito que "as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horríveis do Hamas" e que "ataques horrendos não podem justificar a punição coletiva do povo palestino".

Israel diz agora que vai negar vistos a funcionários da ONU.

Erdan disse a um programa de rádio israelense que Martin Griffiths, subsecretário-geral para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, já teve visto o visto negado.

"Chegou a hora de ensinar uma lição a eles", disse Erdan.

Israel cortou a eletricidade de Gaza após os ataques do Hamas em 7 de outubro - o que significa que, desde então, o território depende de geradores de reserva que funcionam a base de combustível.

Na terça-feira à noite, a ONU disse que um terço dos hospitais e quase dois terços das clínicas de cuidados primários de saúde em Gaza já tinham fechado devido a danos causados pela guerra e a falta de combustível.

O correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abualouf, confirma que hospitais estão parando todos os serviços, exceto os de emergência, porque combustível acabando.

A UNRWA, a agência da ONU criada para os refugiados palestinianos, diz que seus abrigos estão tão sobrecarregados que atingiram quatro vezes a sua capacidade.

A agência afirma que quase 600 mil pessoas estão abrigadas em 150 instalações. Isso inclui escolas e locais de saúde. A UNRWA diz ainda muitas pessoas estão dormindo nas ruas.

Israel está impedindo que combustível chegue a Gaza. O país acusa o Hamas de armazenar centenas de milhares de litros.

Oito caminhões de ajuda transportando alimentos, água e medicamentos cruzaram do Egito para Gaza de terça para quarta-feira (25/10).

Mas agências dizem que são necessários pelo menos 100 caminhões - por dia.

O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que 80 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses na última noite.

Israel diz que teve como alvo a infra-estrutura do Hamas - incluindo bloqueios de estradas supostamente criados para impedir a evacuação de civis do norte da Faixa de Gaza.

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