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Como Israel ignorou jovens soldadas que alertaram sobre possível ataque do Hamas

Uma unidade de jovens soldados mulheres soou o alerta para um grande ataque. Algumas delas acabaram sendo as primeiras vítimas do Hamas no ataque de 7 de outubro.

17 jan 2024 - 08h05
(atualizado às 12h34)
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Algumas das soldados que tinham como função monitorar a fronteira de Israel
Algumas das soldados que tinham como função monitorar a fronteira de Israel
Foto: BBC News Brasil

Elas são conhecidas como os olhos de Israel na fronteira com Gaza.

Durante anos, unidades de jovens mulheres recrutas tinham um trabalho específico: sentadas por horas a fio em bases de vigilância, buscavam indícios de qualquer atividade suspeita.

Nos meses que antecederam os ataques de 7 de outubro do Hamas, elas de fato perceberam atividades suspeitas: ensaios de ataque, simulação de tomada de reféns e agricultores agindo de forma estranha do outro lado da cerca.

Noa, nome fictício, diz que essas informações foram passadas para a inteligência e oficiais de alto escalão, mas as soldadas não tinham poder para fazer mais que isso. "Éramos apenas os olhos", conta.

Parecia claro, para algumas dessas mulheres, que o Hamas planejava algo grande - que havia, nas palavras de Noa, um "balão prestes a explodir".

A BBC conversou com essas jovens mulheres sobre a escalada de atividade suspeita que observaram, os relatórios que apresentaram e o que elas enxergam como falta de reação de por parte dos oficiais superiores das Forças de Defesa de Israel (FDI).

A BBC também teve acesso a mensagens de WhatsApp, trocadas entre elas nos meses que antecederam o ataque, que falavam sobre incidentes na fronteira. Para algumas delas, o assunto virou uma piada sinistra: quem estaria de plantão quando o inevitável ataque acontecesse?

Essas mulheres não foram as únicas a soar o alerta e, à medida que mais testemunhos são recolhidos, a indignação contra o Estado israelense — e as dúvidas sobre a sua reação — aumentam entre elas.

A BBC conversou também com as famílias em luto por terem perdido suas filhas e com especialistas, que vêem a resposta das FDI ao trabalho dessas mulheres como parte de uma falha mais ampla da inteligência. As FDI disseram estar "atualmente focadas em eliminar a ameaça da organização terrorista Hamas" e recusaram-se a responder às perguntas da BBC.

"O problema é que eles (os militares) não ligaram os pontos", disse à BBC uma antiga comandante de uma das unidades fronteiriças.

Se o tivessem feito, diz ela, teriam percebido que o Hamas preparava algo sem precedentes.

Shai Ashram, 19 anos, era uma das jovens de serviço no dia 7 de outubro. Em conversa de telefone com a família, em que ouviram tiros ao fundo, ela disse que havia "terroristas na base e que algo grande aconteceria".

Ela foi uma entre as dezenas de soldados de vigilância mortas. Outras foram feitas reféns.

O pai de Shai Ashram conta que ela adorava o trabalho no exército
O pai de Shai Ashram conta que ela adorava o trabalho no exército
Foto: BBC News Brasil

À medida que o Hamas atacava, as mulheres de Nahal Oz, uma base a cerca de um quilômetro da fronteira com Gaza, começaram a despedir-se umas das outras num grupo de WhatsApp.

Noa, que não estava de plantão e lia as mensagens de casa, lembra ter pensado "é isso", o ataque que elas temiam há tanto tempo estava realmente acontecendo.

Devido à localização de suas bases, as mulheres dessa unidade militar - conhecida como tatzpitaniyot em hebraico - estiveram entre os primeiros cidadãos israelenses que o Hamas alcançou após sair de Gaza.

'Nosso trabalho é proteger todos os moradores'

As mulheres trabalham em salas que ficam próximas à fronteira, olhando todos os dias, durante horas, para imagens capturadas por câmeras de vigilância ao vivo ao longo da cerca de alta tecnologia, e por balões que sobrevoam Gaza.

Várias dessas unidades estão próximas da cerca de Gaza e outras estão em diferentes posições ao longo das fronteiras de Israel. Todas são compostas por mulheres jovens, com idades entre 18 e 20 e poucos anos. Elas não portam armas.

Nas horas vagas, as jovens aprendiam coreografias de dança, faziam jantares e assistiam a programas de televisão juntas. Para muitas delas, o período no exército foi o primeiro longe das famílias. E descrevem a formação de laços de irmãs.

Mas elas contam que levavam suas responsabilidades a sério. "Nosso trabalho é proteger todos os residentes. Temos um trabalho muito difícil — você fica sentada e não tem permissão para apertar ou movimentar os olhos nem um pouco. Você deve estar sempre focada", diz Noa.

Um artigo publicado pelas FDI no final de setembro lista as tatzpitaniyot entre as unidades de inteligência de elite de Israel e como aquela que "sabe tudo sobre o inimigo".

Quando as mulheres vêem algo suspeito, registram-no junto ao seu comandante e num sistema computadorizado para que seja avaliado por oficiais mais graduados.

Mapa de Gaza com vista parcial de Israel, mostrando a cerca da fronteira, bases de observação das FDI, locais de exercícios de grupos armados e locais de incursão do Hamas
Mapa de Gaza com vista parcial de Israel, mostrando a cerca da fronteira, bases de observação das FDI, locais de exercícios de grupos armados e locais de incursão do Hamas
Foto: BBC News Brasil

O major-general aposentado das FDI Eitan Dangot diz que as tatzpitaniyot desempenham um papel importante em "soar o alarme quando há algo errado" e que as preocupações que levam a um comandante devem ser repassadas adiante "para traçar um quadro de inteligência".

Ele diz que os vigias fornecem "peças-chave do quebra-cabeças" para o entendimento de quaisquer ameaças.

Nos meses que antecederam os ataques do Hamas, altos oficiais israelenses fizeram declarações públicas sugerindo que a ameaça representada pelo Hamas tinha sido contida.

Mas muitos sinais ao longo da fronteira indicavam que havia algo muito errado.

No fim de setembro, um observador do Nahal Oz escreve em um grupo de WhatsApp de amigos de uma mesma unidade: "O que, há um outro evento?"

Uma resposta vem em seguida, por mensagem de áudio: "Garota, onde você esteve? Tivemos um todos os dias nas últimas duas semanas."

As vigias com as quais falamos descrevem uma série de incidentes que observaram em tempo real nos meses anteriores a 7 de outubro, levando algumas delas a temer que um ataque estivesse de fato por vir.

"Nós os víamos ensaiando o ataque todos os dias", disse Noa, que ainda serve no exército, à BBC. "Eles tinham até uma maquete de tanque usada para treinar como tomar o controle. Eles também tinham maquetes de armas sobre a cerca e também mostravam como iriam explodi-las e, em um ataque coordenado, assumir o controle das forças, matar e sequestrar".

Eden Hadar, outra vigia da base, lembra que quando começou a servir, os combatentes do Hamas faziam principalmente treino físico na seção que ela cuidava. Mas nos meses antes de deixar o serviço militar, em agosto, ela notou uma mudança, para o "treinamento militar real".

Imagens do vídeo de treinamento do Hamas sobre como romper a cerca da fronteira israelense
Imagens do vídeo de treinamento do Hamas sobre como romper a cerca da fronteira israelense
Foto: BBC News Brasil

Numa base diferente ao longo da fronteira, Gal (nome fictício), diz que também observou a intensificação dos exercícios.

Ela acompanhou, através de um balão de vigilância, a construção, no coração de Gaza", de uma réplica de uma arma automatizada israelense usada na fronteira.

Várias mulheres também descrevem bombas sendo plantadas e detonadas perto da cerca - conhecida como Muralha de Ferro de Israel - aparentemente para testar sua potência. Imagens de 7 de outubro mostraram, mais tarde, grandes explosões realizadas antes que os combatentes do Hamas passassem em alta velocidade em motocicletas.

Para a ex-vigia Roni Lifshitz, que ainda estava no exército mas não trabalhava quando o Hamas atacou, a coisa mais preocupante que viu nas semanas anteriores foi a patrulha regular de veículos cheios de combatentes do Hamas, que paravam em postos de observação do outro lado da cerca.

Roni Lifshitz diz que viu homens, do lado de Gaza, tirarem fotos da cerca
Roni Lifshitz diz que viu homens, do lado de Gaza, tirarem fotos da cerca
Foto: BBC News Brasil

Ela lembra ter visto os homens "conversando, apontando para as câmeras e para a cerca, tirando fotos".

Ela diz que conseguiu identificá-los como pertencentes à elite da Força Nukhba do Hamas por causa dos uniformes. Israel disse que esta foi uma das "forças líderes" por trás dos ataques de outubro.

O relato de Roni coincide com o de outra mulher da base que conversou com a BBC.

Emojis de coração e GIFs

Algumas das vigias também falam de incidentes crescentes de tentativas de incursão.

Mensagens compartilhadas com a BBC por uma das soldados fazem referência em código a vans ao longo da fronteira, bem como a pessoas que tentavam atravessar sendo impedidas pelas FDI, algo que ela disse estar acontecendo com mais frequência. Os militares da unidade se parabenizam por essas interceptações com emojis de coração e GIFs.

Em uma mensagem que a vigia Shahaf Nissani enviou à mãe em julho, ela escreve: "Bom dia, mamãe. Terminei um turno agora e tivemos uma (tentativa de incursão na fronteira), mas este evento foi realmente estressante… como se fosse um evento com o qual ninguém antes tinha se deparado."

As mulheres também começaram a observar mudanças estranhas nos padrões de comportamento ao longo da fronteira.

Agricultores de Gaza, caçadores de pássaros e pastores de ovelhas começaram a se aproximar da cerca da fronteira, elas dizem. Hoje, as vigias acreditam que esses homens estavam reunindo informações antes dos ataques.

Uma torre de observação operada pelo Hamas numa posição ao longo da fronteira com Israel
Uma torre de observação operada pelo Hamas numa posição ao longo da fronteira com Israel
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
As vigias israelenses dizem que começaram a ver rostos desconhecidos em Gaza antes do ataque do Hamas
As vigias israelenses dizem que começaram a ver rostos desconhecidos em Gaza antes do ataque do Hamas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

"Conhecemos o rosto de cada um e sabemos exatamente suas rotinas e horários. De repente começamos a ver caçadores de pássaros e agricultores que não conhecemos. Nós vimos como se mudaram para novos territórios. A rotina deles mudou", diz a vigia Avigail, que pediu anonimato para descrever o que viu.

Noa também lembra deles chegando "cada vez mais perto" da cerca.

"Os observadores de pássaros penduravam suas gaiolas bem em cima da cerca. É estranho porque eles podem pendurar a gaiola em qualquer lugar. Os agricultores também se dirigiam para o lado da cerca, uma área que não é agrícola e não há outra razão de estarem ali, além de coletar informações sobre o sistema e ver como podem burlá-lo. Nos pareceu suspeito", diz ela.

"Falávamos sobre isso o tempo todo."

Nem todas as pessoas com quem falamos tinham consciência do significado do que elas observavam.

O Hamas sempre treinou para um ataque, e algumas das mulheres não previram que o grupo preparasse para algo da dimensão do que aconteceu em 7 de outubro, disse uma delas.

Várias vigilantes que temiam um grande ataque disseram à BBC que sentiam que as suas preocupações não eram levadas a sério.

Ao notar as vans na fronteira, Roni conta que o protocolo era alertar o comandante e depois continuar vigiando até que os veículos não estivessem mais em sua seção. Ela então colocaria a informação no sistema, que seria "repassada".

Mas, diz, ela "não tem ideia" sobre o real paradeiro desses relatórios.

"Provavelmente foram para a inteligência, mas se foram usados ou não, eu realmente não sei", diz ela. "Ninguém nos deu uma resposta sobre o que havíamos relatado e transmitido."

Noa diz ter perdido as contas de quantas vezes reportou o que viu. Dentro da unidade, todos "levavam a sério e repassavam, mas no final eles (pessoas de fora da unidade) não faziam nada a respeito".

Imagens do vídeo do Hamas sobre como desativar um tanque israelense
Imagens do vídeo do Hamas sobre como desativar um tanque israelense
Foto: BBC News Brasil

Avigail diz que mesmo quando altos funcionários chegavam à base "ninguém falava conosco, pedia a nossa opinião ou nos contava um pouco sobre o que estava acontecendo".

"Eles simplesmente vinham, davam uma tarefa e iam embora", diz.

'Por que estamos aqui se ninguém nos ouve?'

Como comandante da sua unidade, Gal diz que recebia as informações das vigias e as repassava ao seu supervisor.

Mas diz que embora as informações tenham sido incluídas nas "avaliações da situação" — quando os superiores da base discutiam os relatórios apresentados pelas vigias — nada além disso parece ter sido feito.

Várias vigias contam ter compartilhado suas frustrações e preocupações com as famílias.

A mãe de Shahaf, Ilana, lembra de a filha dizer: "Por que estamos aqui se ninguém nos presta atenção?"

"Ela me disse que as meninas veem que tudo está uma bagunça. E eu perguntei: 'Você está reclamando para alguém?'

"Eu não entendo exatamente como funciona o exército, mas entendi que não é um problema da base, eram as hierarquias superiores que precisavam agir", diz ela.

Mas, apesar das preocupações de Shahaf, sua família, como outras, tinham plena confiança no exército e no Estado israelense e acreditavam que mesmo que algo estivesse sendo planejado, seria resolvido rapidamente.

Shahaf, à esquerda, em foto com a mãe
Shahaf, à esquerda, em foto com a mãe
Foto: BBC News Brasil

"Nos últimos meses, ela disse repetidas vezes que haveria uma guerra, você verá. E nós ríamos do exagero dela", lembra Ilana, respirando fundo entre as palavras.

Shahaf foi uma das primeiras pessoas mortas em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu Nahal Oz.

Foi o dia mais mortal da história de Israel, com cerca de 1,3 mil pessoas mortas, segundo o gabinete do primeiro-ministro, e 240 reféns.

Os ataques aéreos e terrestres lançados por Israel em represália já mataram mais de 23 mil pessoas em Gaza, de acordo com o ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

Embora não soubessem disso à época, as tatzpitaniyot não foram as únicas a levantar suspeitas ou as únicas fontes de informação de que algo estava prestes a acontecer.

De acordo com uma reportagem do New York Times, um extenso documento detalhando os planos do Hamas chegou às mãos de oficiais israelenses mais de um ano antes do 7 de outubro, mas foi rejeitado e classificado como ambicioso.

Uma analista veterana da Unidade 8200 da agência de inteligência de Israel alertou três meses antes dos ataques que o Hamas havia feito um intenso exercício parecido com o descrito no documento, mas suas suspeitas foram ignoradas, relata o jornal.

Os exercícios conduzidos pelo Hamas e outros grupos armados também foram divulgados publicamente nas redes sociais.

As mulheres 'não receberam a atenção que deveriam ter recebido'

"Os sinais estavam borbulhando", diz o major-general aposentado Eitan Dangot. "Quando se está de posse de todos os sinais, toma-se uma decisão logo e atua-se para impedir. Infelizmente não foi o que aconteceu."

Ele diz que embora uma investigação completa ainda não tenha sido realizada, está claro que os relatos das vigias "não receberam a devida atenção".

"Às vezes tem a ver com a autoconfiança dos oficiais superiores... 'OK, entendi, mas sei melhor do que você. Tenho mais experiência. Sou mais velho. Vejo o quadro estratégico, e não pode ser o que você está me dizendo', por exemplo.

"Ou às vezes também pode ser machismo", diz ele.

"Em inteligência, você tem que se sentar a uma mesa redonda, coletar informações e depois montar seu quebra-cabeças. Com essas pessoas, quando você quer saber o que realmente está acontecendo, você tem que se sentar com elas e ouvir atentamente a sua análise"

O general Amir Avivi, antigo vice-comandante da divisão de Gaza, não acredita que o machismo tenha sido determinante, mas concorda que as preocupações das vigias deveriam ter tido maiores consequências.

"Não posso dizer exatamente o que aconteceu, mas posso dizer o que é esperado", diz ele.

"O que se espera é que quando as pessoas na fronteira fazem o seu trabalho, têm preocupações e veem coisas que precisam ser analisadas e avaliadas, você tem que ouvir. Porque elas são as profissionais. Elas são realmente os olhos do batalhão, da brigada e da divisão."

Ele diz que o "maior fracasso" foi a "suposição de que eles (o Hamas) estão desmotivados" - a presunção de que "sim, eles treinam, sim, eles têm um plano, mas não vão executá-lo".

A FDI prometeu uma investigação futura e respondeu aos pedidos da BBC dizendo: "Questões deste tipo serão analisadas numa fase posterior".

As vigias têm opiniões diferentes sobre o porquê de seus relatórios não terem gerado uma resposta maior, mas Avigail partilha a opinião de várias com quem falamos: "É porque somos o soldado mais inferior do sistema... por isso a nossa palavra é considerada menos profissional."

"Todos nos viam apenas como olhos, não como soldados", diz Roni

Três meses após os ataques, as tatzpitaniyot sobreviventes e as famílias das vítimas lutam para aceitar o que aconteceu, enquanto aguardam uma investigação.

No quarto de Shai Ashram, boinas militares estão penduradas em uma penteadeira, sobre a qual estão desenhos e fotos dela vestindo o uniforme militar.

O pai dela, Dror, diz que às vezes entra no quarto e chora.

O pai de Shai, Dror, diz que sente “inveja” ao ver outras soldados com seus pais
O pai de Shai, Dror, diz que sente “inveja” ao ver outras soldados com seus pais
Foto: BBC News Brasil

"Ela amava muito o trabalho. Ela amava o exército e adorava ser soldado", diz ele.

"Sou motorista de táxi, pego pessoas na estação de trem e quando vejo um pai indo buscar uma soldado, dói. Fico com inveja."

'Está comigo em todos os lugares'

Na casa da família, Noa assiste todos os dias, nas redes sociais, vídeos antigos de seus amigos cantando e dançando na base. Ela dorme no sofá todas as noites, com medo de ficar sozinha no quarto.

"Está comigo em todos os lugares - em pesadelos e pensamentos, na falta de sono e de apetite", diz ela. "Eu não sou a mesma pessoa que era."

Rolando a tela do grupo de WhatsApp que tinha com outras tatzpitaniyot, ela aponta para os nomes dizendo "morto" ou "sequestrado".

Em sua base, Nahal Oz, a sala onde as tatzpitaniyot trabalhavam está agora em ruínas, e as telas pelas quais elas assistiam enquanto o Hamas se preparava para o ataque estão queimadas ou escurecidas.

Quando o Hamas avançou por Nahal Oz, eles mataram dezenas de pessoas.

Entre os mortos estão muitas das mulheres que vigiavam tão de perto a fronteira do Estado israelense e que ousaram desconfiar — apesar de conhecerem o imenso poder e os vastos recursos de Israel — que algo assim pudesse um dia acontecer.

Reportagem adicional de Idan Ben Ari.

Design e visualização de Tural Ahmedzade, Matt Thomas e Gerry Fletcher.

Editado por Samuel Horti

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