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Como onda de explosões de aparelhos pode afetar a maior fabricante mundial de celulares

11 out 2016 - 09h49
(atualizado às 10h17)
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Aparelho da Samsung recém-lançado com problemas de superaquecimento
Aparelho da Samsung recém-lançado com problemas de superaquecimento
Foto: GETTY IMAGES

Os problemas da Samsung com seu mais novo smartphone continuam e os riscos para a reputação da marca nunca foram tão significativos.

A gigante de tecnologia pediu a seus consumidores nesta segunda-feira que desliguem e deixem de utilizar o Galaxy Note 7, após uma série de casos de incêndios e explosões do aparelho causados por superaquecimento da bateria.

A imagem negativa sobre a qualidade da fabricante atingiu outro patamar quando, por exemplo, passageiros passaram a ser alertados por comandantes para desligarem seus telefones da Samsung dentro dos aviões. Em cinco de outubro, um voo da companhia Southwest Airlines foi evacuado nos EUA depois que um aparelho da marca sul-coreana começou a soltar fumaça.

Por isso, é seguro afirmar que enquanto você lê este artigo, faculdades de marketing e administração já se preparam para usar o episódio do Note 7 como um estudo de caso sobre gerenciamento de crise.

Mas no início do mês passado a história era outra. Quando surgiram os primeiros relatos sobre os problemas do Note 7, a Samsung chegou a ser elogiada por ter reagido rapidamente.

Um recall global foi anunciado em 2 de setembro para os 2,5 milhões de aparelhos comercializados, custando uma verdadeira fortuna para a gigante de tecnologia. Em contrapartida, a imagem transmitida para o mercado foi a de que a segurança dos consumidores estava à frente dos prejuízos financeiros.

Isso mudou nos últimos dias depois que consumidores dos Estados Unidos que já tinham trocado seus aparelhos também relataram incidentes de superaquecimento.

'Sensação estranha de algo queimando'

Recall mundial do Note 7 afetou 2,5 milhões de aparelhos
Recall mundial do Note 7 afetou 2,5 milhões de aparelhos
Foto: GETTY IMAGES

Abby Zuis, de 13 anos, deixou de usar seu Note 7 por recomendação da mãe. Ela pensou que o problema estava resolvido depois de trocar o smartphone.

De repente, Abby percebeu o telefone derretendo em sua mão. "Senti uma sensação estranha de algo queimando no meu polegar. Levantei o dedo, vi a fumaça saindo e joguei ele no chão", relata.

A Samsung declarou em setembro ter identificado a origem do problema em um lote específico de baterias fornecidas por uma outra companhia. No entanto, até mesmo os aparelhos substitutos têm apresentado o defeito, o que deixou a empresa sem explicação para o que está acontecendo.

No Reino Unido, poucos consumidores chegaram a adquirir o Note 7. A venda do telefone top de linha só começou no mesmo dia em que o recall mundial foi anunciado. Ainda assim, Michael Rock, de Wakefield (norte da Inglaterra), recebeu seu telefone novo no final de agosto graças a uma pré-compra.

Depois do entusiasmo inicial com o telefone de última geração vieram as dores de cabeça.

Michael não teve vida fácil para devolver o aparelho para a Samsung. O correio britânico se recusou a aceitar a encomenda alegando que ela era perigosa.

Agora com os relatos de problemas inclusive nos telefones substitutos ele já não sabe mais se é seguro manter o produto. "Tenho dois filhos e estou preocupado em carregá-lo durante a noite em casa."

Os danos de reputação não estão limitados a apenas um modelo da Samsung.

A linha de celulares Galaxy voltou a registrar aumento de vendas no ano passado e hoje estão entre os aparelhos mais rentáveis produzidos pela sul-coreana. Entretanto, agora a empresa enfrenta um novo concorrente no mercado de aparelhos Android top de linha com o lançamento dos smartphones Google Pixel na semana passada.

Carregamento rápido

A Samsung não é a única empresa a enfrentar problemas com baterias.

Will Stewart, do Instituto de Engenharia e Tecnologia, no Reino Unido, afirma que as baterias de lítio podem apresentar superaquecimento porque armazenam muita energia por unidade de peso.

"Isso é ótimo porque ajuda os telefones e outros aparelhos a serem mais leves. Mas os equipamentos modernos usam muita energia e todos gostamos de recarregá-los o mais rápido possível. Então, se alguma coisa dá errado neste processo, a energia que vaza de uma vez só acaba sendo muito alta e, por isso, os incêndios acontecem", explica.

Stewart ressalta que, normalmente, esse tipo de problema só afeta uma pequena quantidade de telefones.

O problema é que um único aparelho que pega fogo rende imagens impressionantes e, consequentemente, uma onda de preocupação entre os consumidores.

A saída para a Samsung pode ser simplesmente aposentar seu telefone recém-lançado, antes que ele queime ainda mais a imagem da empresa.

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