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Como uma campanha com Kim Kardashian e Rihanna salvou um homem condenado à morte

Rodney Reed seria executado nos próximos dias, mas advogados dizem que novas evidências provam que ele é inocente do assassinato pelo qual foi condenado.

16 nov 2019 - 16h23
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Rodney Reed passou 21 anos na fila da execução; agora, ela foi suspensa
Rodney Reed passou 21 anos na fila da execução; agora, ela foi suspensa
Foto: AFP Photo/Texas Department of Criminal Justice / BBC News Brasil

Uma corte no Texas suspendeu a execução de Rodney Reed, condenado por assassinato, em um caso que atraiu muita atenção pública nos Estados Unidos.

Reed havia estado por 21 anos na fila de execução por um assassinato em 1996. Ele iria ser executado com uma injeção letal no dia 20 de novembro.

Mais de 2,9 milhões de pessoas assinaram uma petição online pedindo por clemência em seu caso. Celebridades como Kim Kardashian West e Rihanna deram declarações de apoio a ele.

Reed se diz inocente. Seus advogados dizem que evidências recentes provam isso.

Ele foi condenado pelo assassinato de Stacey Stites, que tinha 19 anos, e foi encontrada estrangulada em seu carro.

A estrela de programas de reality na TV Kim Kardashian West estava com Reed quando ele recebeu a notícia da suspensão da execução. Ela disse a seus seguidores no Intagram que palavras não poderiam "descrever o alívio e esperança que tomou conta da sala naquele momento".

O Innocence Project, uma organização que trabalha para reverter condenações de pessoas que têm evidências de sua inocência e que está trabalhando no caso, também apreciou a decisão.

O que aconteceu com Stacey Stites?

Na manhã de 23 de abril de 1996, a adolescente de 19 anos não apareceu no trabalho. Ela era funcionária de um mercado em Bastrop, perto de Austin, no Texas.

Poucas horas depois, o veículo que ela dirigia foi encontrado abandonado. À tarde, seu corpo foi descoberto. Ela havia sido estrangulada com seu próprio cinto.

Investigadores encontraram uma pequena quantidade de sêmen em sua vagina. O sêmen pertencia a Rodney Reed.

A polícia tinha o DNA de Reed em seu acervo porque ele havia sido investigado, mas não tinha sido considerado culpado, em outro caso de abuso sexual.

Ele disse que estava tendo um relacionamento escondido com Stacey, que tinha um noivo, e que havia tido uma relação sexual consentida com ela na noite anterior.

Quais são as evidências?

Nunca houve um exame de DNA na arma do crime. E nenhuma das impressões digitais de Reed foram encontradas no veículo dirigido por Stacey.

O caso contra ele foi construído com base no sêmen encontrado no corpo de Stacey.

Especialistas disseram na corte que sua alegação de que havia tido uma relação sexual consentida com a vítima na noite anterior não poderia ser verdadeira já que, segundo argumentaram, o esperma não poderia ter sobrevivido no corpo de Stacey por tanto tempo. Disseram, em vez disso, que ela provavelmente foi vítima de um estupro antes de ser assassinada.

O júri, formado só por pessoas brancas, condenou Reed, um homem negro.

Os advogados de Reed estão lutando para mudar isso e submeteram novas evidências. As provas focam nas alegações dos especialistas no julgamento original de que o esperma não poderia sobreviver mais de um dia depois da relação sexual.

Um desses especialistas, o médico Roberto Bayardo, publicou uma declaração explicando que hoje ele sabe que o esperma pode ficar intacto por dias depois da morte.

Então, ele diz, não há provas de que houve qualquer outra coisa entre Stacey Stites e Rodney Reed além de sexo consensual.

Confissão na cela?

Stacey estava noiva —iria se casar com o ex-policial Jimmy Fennell.

Mas agora testemunhas trouxeram novas informações sobre o relacionamento do casal.

Uma mulher menciona que lembra de ele dizer que se uma namorada sua o traísse, ele a estrangularia.

Um vendedor de seguros lembra de Jimmy Fennell ameaçando matar Stacey Stites se ele algum dia ele flagrasse ela "pulando a cerca".

Outra declaração vem de um ex-policial. Ele se lembra de Jimmy Fennell olhando para o corpo de Stacey Stites em seu velório e dizer algo sobre ela ter recebido o que merecia.

Jimmy Fennell foi para a prisão por sequestrar e estuprar outra mulher. Ele foi solto em 2018.

Uma das novas testemunhas é um homem que serviu na prisão com ele. Arthur Snow era líder de uma gangue de supremacia branca na prisão. Ele diz que Fennell lhe contou que sua noiva o traiu com um homem negro.

Em uma declaração juramentada, ele diz: "No final da conversa, Jimmy disse, em segredo: 'Tive que matar minha noiva, amante de um homem negro'."

O que diz Jimmy Fennell?

Seu advogado, Bob Phillips, diz que não há "absolutamente uma faísca de mérito" nessa alegação.

Ele disse à CBS Austin que Arthur Snow é um "criminoso profissional" que está "tentando salvar sua própria pele".

Ele também diz que as outras testemunhas são "risíveis" e que é "absolutamente falso" que Stacey Stites estivesse tendo um caso com Rodney Reed.

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