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Congresso da Venezuela declara criptomoeda "petro" ilegal

9 jan 2018 - 19h35
(atualizado às 20h12)
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O congresso da Venezuela, liderado pela oposição, declarou ilegal a criptomoeda 'petro' lançada pelo presidente socialista Nicolás Maduro nesta terça-feira, chamando a moeda virtual de um esforço para hipotecar ilegalmente as reservas de petróleo do país.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante reunião com ministros em Caracas
05/01/2018 Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante reunião com ministros em Caracas 05/01/2018 Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Maduro disse na sexta-feira que seu governo emitiria perto de seis bilhões de petros como uma forma de aumentar o valor da moeda local e escapar das sanções financeiras impostas por Washington.

Especialistas em criptomoedas dizem que o mau gerenciamento da economia da Venezuela, somado ao histórico do partido socialista, atualmente no poder, de desrespeito pela propriedade privada, deixaria os investidores sem interesse por petros.

"Isto não é uma criptomoeda, é uma venda futura de petróleo venezuelano", afirmou o parlamentar Jorge Millan. "Isto é feito sob medida para corrupção."

Parlamentares alertaram investidores de que a "petro" seria visto como nula e sem valor uma vez que Maduro, que concorre à reeleição este ano, não esteja mais no cargo. Eles completaram ainda que a emissão de petros viola exigências constitucionais que o legislativo tem para que aprove empréstimos.

O Ministério da Informação não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.

Maduro tem ignorado rotineiramente o legislativo desde que seu partido perdeu o controle do congresso em 2016, e a Suprema Corte, que apoia o governo, tem derrubado quase todas as medidas aprovadas desde então.

Em julho, o país elegeu um órgão legislativo todo poderoso chamado Assembleia Constituinte, em uma eleição boicotada pela oposição.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu a nova Assembleia Constituinte como a consolidação de uma ditadura, e expediu sanções que barram instituições financeiras norte-americanas de adquirir dívida emitida pela Venezuela depois do meio de 2017.

Essa medida tem impedido o governo de Maduro de efetivamente refinanciar sua dívida, e irá contribuir para aumentar a preocupação dos investidores a respeito da petro, mesmo que a nova criptomoeda não tenha sido citada nas sanções.

Maduro espera que a petro sirva como um mecanismo de pagamento para fornecedores estrangeiros e assim evitar atrasos nos pagamentos, os quais têm sido cada vez mais comuns desde a imposição das sanções dos EUA.

O governo da Venezuela planeja emitir 100 milhões de Petros nas próximas semanas, lastreadas em 100 milhões de barris das reservas de petróleo do país.

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