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Coreia do Sul enviava crianças como 'bagagem' para serem adotadas em outros países, diz relatório

Em alguns casos, crianças eram rotuladas como órfãs, mesmo tendo pais vivos; as adoções irregulares ocorreram entre os anos de 1964 e 1999

27 mar 2025 - 10h12
(atualizado às 10h52)
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Resumo
Um relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação revelou violações de direitos humanos nas adoções internacionais de crianças sul-coreanas entre 1964 e 1999, incluindo registros falsos e envio de bebês para o exterior como 'bagagem'.
Foto: Mariya Borisova/GettyImages

Agências de adoção sul-coreanas enviaram crianças para o exterior como "bagagem" por décadas, segundo o relatório gerado por um inquérito de dois anos conduzido pela chamada Comissão da Verdade e Reconciliação. A investigação analisou como foram feitas as adoções de 367 sul-coreanos e encontrou violações de direitos humanos em pelo menos 56 delas.

Em alguns casos, as crianças eram rotuladas como órfãs, mesmo tendo pais vivos. Em outros, bebês alternativos eram enviados para o exterior quando as que realmente estavam para adoção morriam. Ao apresentar o relatório, a comissão recomendou que o governo fizesse um pedido oficial de desculpas, realizasse investigações de acompanhamento e colocasse medidas de alívio em prática para as vítimas.

As adoções que violaram os direitos humanos ocorreram entre os anos de 1964 e 1999, e as crianças foram enviadas para 11 países, incluindo Estados Unidos, França, Dinamarca e Suécia. No relatório, há uma imagem de bebês enrolados em cobertores e amarrados em assentos em um avião em 1984, com o título "Crianças enviadas para o exterior como bagagem". 

A comissão também observou que as agências de adoção sul-coreanas cumpriram com as exigências das agências estrangeiras de enviar um número definido de crianças a cada mês. "Por quase 50 anos após a Guerra da Coreia, o governo priorizou a adoção internacional como uma alternativa econômica para fortalecer as políticas nacionais de bem-estar infantil", disse a comissão. 

Ainda de acordo com o relatório, o governo sul-coreano teria negligenciado sua responsabilidade de fornecer supervisão e bloquear "má conduta por agências de adoção", como registros fraudulentos de órfãos, adulteração de identidade e verificação inadequada de pais adotivos.

A Reuters tentou contatar o gabinete do presidente em exercício da Coreia do Sul, mas não houve resposta antes da publicação da matéria.

Além de recomendar um pedido oficial de desculpas, a comissão também pediu uma pesquisa abrangente sobre o status de cidadania dos adotados e quaisquer medidas políticas correspondentes, recursos para vítimas cujas identidades foram falsificadas, uma ratificação rápida da Convenção de Adoção de Haia e para garantir um compromisso das agências de adoção para restaurar os direitos dos adotados. 

"Essas violações nunca deveriam ter ocorrido", disse Park Sun-Young, presidente da comissão. "Devemos nos unir - países adotivos e adotados - para lidar com as crises de identidade que muitos adotados enfrentam." (*Com informações da Reuters)

Fonte: Redação Terra
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