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Coreia do Sul tenta tranquilizar aliados e acalmar mercados após impeachment de Yoon

15 dez 2024 - 10h04
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O presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, agiu neste domingo para tranquilizar os aliados do país e acalmar os mercados financeiros, um dia após o presidente Yoon Suk Yeol ter sido acusado e suspenso de suas funções por uma tentativa de lei marcial.

Han falou com o presidente dos EUA, Joe Biden, por telefone, disseram a Casa Branca e o gabinete de Han.

"A Coreia do Sul executará suas políticas externa e de segurança sem interrupções e se esforçará para garantir que a aliança Coreia do Sul-EUA seja mantida e desenvolvida firmemente", disse Han, de acordo com uma declaração de seu gabinete.

Em mais uma tentativa de estabilizar a liderança da nação asiática, o principal partido da oposição anunciou que não tentaria acusar Han por seu envolvimento na decisão de lei marcial de Yoon em 3 de dezembro.

"Considerando que o primeiro-ministro já foi confirmado como presidente interino e que impeachments excessivos podem levar à confusão na governança nacional, decidimos não prosseguir com os procedimentos de impeachment", disse o líder do Partido Democrata, Lee Jae-myung, a repórteres.

Os promotores disseram que Yoon não compareceu na manhã deste domingo a um interrogatório em uma investigação criminal sobre sua decisão de lei marcial e prometeram emitir outra ordem, informou a agência de notícias Yonhap.

Yoon e várias autoridades enfrentam possíveis acusações de insurreição, abuso de autoridade e obstrução do exercício de direitos pelas pessoas.

O Ministério Público não respondeu aos telefonemas solicitando comentários.

Han, um tecnocrata de longa data escolhido pelo conservador Yoon como primeiro-ministro, foi promovido a presidente interino de acordo com a constituição, enquanto o caso de Yoon segue para o Tribunal Constitucional.

AMEAÇA NORTE-COREANA

A surpreendente declaração de lei marcial de Yoon e a crise política que se seguiu assustaram os mercados e os parceiros diplomáticos da Coreia do Sul, preocupados com a capacidade do país de deter a Coreia do Norte, que possui armas nucleares.

Biden disse a Han que a aliança inabalável entre EUA e Coreia do Sul permanece inalterada e que Washington trabalhará com Seul para desenvolver e fortalecer ainda mais a aliança, bem como a cooperação trilateral, incluindo o vizinho Japão, disse o gabinete de Han.

A Casa Branca disse em um comunicado que o presidente dos EUA "expressou seu apreço pela resiliência da democracia e do Estado de direito na República da Coreia", usando a abreviação do nome formal do país, República da Coreia.

Han convocou seu gabinete e o Conselho de Segurança Nacional logo após a votação do impeachment no sábado e prometeu manter a prontidão militar para evitar qualquer violação da segurança nacional.

Ele falou por telefone com o comandante das Forças dos EUA na Coreia, expressando preocupação sobre a possibilidade de a Coreia do Norte tentar provocações militares, como lançar mísseis balísticos ou ataques cibernéticos, disse a Yonhap, citando o gabinete de Han.

Os parceiros da Coreia do Sul queriam ver uma liderança temporária confiável e constitucional implementada o mais rápido possível, disse Philip Turner, ex-embaixador da Nova Zelândia na Coreia do Sul.

"Eles ficarão satisfeitos em ver o primeiro-ministro Han assumir como presidente interino", disse ele. "Ele é capaz, experiente e muito respeitado em capitais estrangeiras."

Mas mesmo com um presidente em exercício no poder, os parceiros internacionais enfrentam meses de incerteza antes que um novo presidente possa ser eleito e um novo governo estabelecido, acrescentou Turner.

O Tribunal Constitucional tem até seis meses para decidir se remove ou reintegra Yoon. Se ele for removido ou renunciar, novas eleições serão realizadas dentro de 60 dias.

As autoridades financeiras da Coreia do Sul também prometeram neste domingo agir conforme necessário para estabilizar os mercados, enquanto o ministro das Finanças disse que anunciará um plano de política econômica até o final do ano.

O Banco da Coreia disse em um comunicado que usaria todos os instrumentos de política disponíveis em conjunto com o governo para responder e evitar qualquer escalada de volatilidade nos mercados financeiros e de câmbio.

O banco disse que é necessário responder mais ativamente ao impacto econômico do que em períodos anteriores de impeachment presidencial devido aos desafios maiores nas condições externas, como maior incerteza no ambiente comercial e competição global intensificada em setores-chave.

O regulador financeiro da Coreia do Sul disse em um comunicado que os mercados financeiros devem se estabilizar, já que eventos políticos recentes são considerados choques temporários, mas expandirá os fundos de estabilização do mercado, se necessário.

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