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Coronavírus: como a quarentena foi usada para combater doenças ao longo da história

De pragas em vilarejos até o vírus hoje em Wuhan, o recurso de fechar e isolar regiões de moradores ajudou a refrear enfermidades por muitos séculos.

3 fev 2020 - 06h03
(atualizado às 08h27)
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Mulheres cuidando das feridas dos afetados pela peste, em uma pintura de Jacopo Robusti, 1549
Mulheres cuidando das feridas dos afetados pela peste, em uma pintura de Jacopo Robusti, 1549
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Na província chinesa de Hubei, mais de uma dúzia de cidades estão isoladas do mundo, na esperança de prevenir novos casos de coronavírus. E países ocidentais também estão colocando as pessoas que retornam de Wuhan, a cidade no centro do surto, em isolamento forçado por até duas semanas.

No domingo, o governo brasileiro anunciou que trará de volta os brasileiros que estão em Wuhan e os colocará em quarentena. Mais cedo, a BBC News Brasil havia revelado que um grupo de brasileiros na China fez um apelo ao governo de Jair Bolsonaro para a retirada de cidadãos do país afetado pelo surto do coronavírus.

A quarentena é um recurso usado há muito tempo para evitar que doenças se espalhem. Geralmente implica manter um grupo de pessoas separado e isolado do público em geral.

O termo em si faz referência ao primeiro exemplo conhecido do método de isolamento.

Quando a peste negra se espalhou pela Europa durante o século 14, Veneza aplicou uma regra em que navios tinham que ancorar por 40 dias antes que a tripulação e passageiros pudessem desembarcar. O período de espera foi denominado "quarantino", que deriva da palavra em italiano para o número 40.

Não está claro de onde surgiu exatamente o conceito dos 40 dias, explica Mark Harrison, professor de história da medicina na Universidade de Oxford. Uma possibilidade é que tenha sido uma referência bíblica — a ideia de passar 40 dias e 40 noites no deserto como Jesus teria feito.

Com o tempo, a duração da quarentena foi encolhida, mas o isolamento continua sendo chave para limitar surtos de doença ao redor do globo.

No Reino Unido, um dos exemplos mais famosos é o da aldeia inglesa de Eyam, que se colocou de quarentena durante a peste bubônica. Entre setembro e dezembro de 1665, 42 moradores do vilarejo morreram. Em junho de 1666, o recém-nomeado pároco da aldeia, Willliam Mompesson, decidiu que a vila deveria ser colocada em quarentena.

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