Coronavírus esgota cofres do Vaticano em meio a queda nas receitas
No final do mês passado, o Vaticano anunciou que a pandemia de coronavírus havia forçado o papa Francisco a adiar uma campanha anual de arrecadação de recursos entre católicos de todo o mundo.
O adiamento do "Óbolo de São Pedro" em mais de três meses, para o primeiro final de semana de outubro, ocorreu em um momento particularmente ruim, já que outras receitas, principalmente dos museus do Vaticano, despencaram.
A pandemia causou estragos nas finanças do Vaticano, forçando-o a recorrer aos fundos de reserva e a implementar algumas das mais difíceis medidas de controle de custos já feitas na pequena cidade-Estado.
Os principais administradores do Vaticano realizaram uma reunião de emergência no final de março, quando ordenaram o congelamento de promoções e contratações e a proibição de horas extras, viagens e grandes eventos.
Um memorando interno visto pela Reuters informa que as decisões, válidas para o restante do ano, foram tomadas "para mitigar, pelo menos a curto prazo, o grave impacto econômico...e para evitar medidas drásticas imediatas".
O sistema Óbolo de São Pedro, que arrecada entre 50 a 65 milhões de dólares por ano, visa ajudar as atividades do papa como chefe da Igreja, de 1,3 bilhão de membros, e apoiar projetos de caridade nas áreas mais necessitadas do mundo.
"Definitivamente temos anos difíceis pela frente", disse o padre Juan Antonio Guerrero, novo chefe do Secretariado de Economia do Vaticano, ao site oficial Vatican News na quarta-feira.
Ele estimou que a receita da Santa Sé cairá entre 25% e 45% por causa do coronavírus, dependendo de como as medidas de corte de custos funcionarem.