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Coronavírus: O que se sabe sobre a primeira morte fora da China

Um homem chinês de 44 anos morreu após viajar às Filipinas da cidade de Wuhan, epicentro da doença.

2 fev 2020 - 07h21
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A morte foi confirmada logo após autoridades nas Filipinas suspendaram a entrada de viajantes estrangeiros vindo da China
A morte foi confirmada logo após autoridades nas Filipinas suspendaram a entrada de viajantes estrangeiros vindo da China
Foto: EPA / BBC News Brasil

Um homem morreu nas Filipinas após ser infectado pelo coronavírus. Foi a primeira morte registrada fora da China.

O paciente era um homem chinês de 44 anos de Wuhan, na China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), ele foi infectado antes de chegar às Filipinas.

Mais de 300 pessoas morreram por causa da doença até agora —a maioria da província onde fica Wuhan, Hubei. Mais de 14 mil pessoas foram infectadas. Esse novo vírus, contudo, se espalha mais rápido, mas mata menos do que os da SARS, que causou um surto na China em 2002 e 2003, e que o H1N1.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, existem 16 casos suspeitos. Nenhum foi confirmado.

Os Estados Unidos, a Austrália e um número crescente de países estão barrando a entrada de estrangeiros da China e exigindo que seus próprios cidadãos fiquem em quarentena. O Brasil não tomou essa decisão. O Ministério da Saúde orientou que viagens para a China devem ser realizadas somente "em casos de extrema necessidade".

O que se sabe sobre a primeira morte fora da China?

O homem viajou às Filipinas de Wuhan via Hong Kong. Estava acompanhado de uma mulher chinesa de 28 anos que teve resultados positivos para a infecção na semana passada, o Departamento de Saúde das Filipinas informou.

Segundo autoridades, o homem foi internado em um hospital na capital do país, Manila, onde desenvolveu uma pneumonia severa.

Acredita-se que o homem tinha condições de saúde pré-existentes.

Rabindra Abeyasinghe, representante da OMS nas Filipinas, pediu calma à população: "É o registro da primeira morte fora da China. No entanto, precisamos considerar que não é um caso de infecção adquirida localmente. O paciente veio do epicentro do surto".

Pessoas em Manila correram para comprar máscaras depois que o primeiro caso de coronavírus foi confirmado nas Filipinas na semana passada
Pessoas em Manila correram para comprar máscaras depois que o primeiro caso de coronavírus foi confirmado nas Filipinas na semana passada
Foto: Reuters / BBC News Brasil

De acordo com o veículo de notícias local Rappler, o ministro da Saúde Francisco Duque disse que o paciente estava "estável e mostrou sinais de melhora", mas sua condição deteriorou rapidamente em 24 horas.

"Estamos trabalhando com a embaixada chinesa para garantir uma administração digna de seu corpo de acordo com as normas nacionais e internacionais para conter a doença", afirmou Duque. De acordo com ele, o corpo do homem será cremado.

O Departamento de Saúde agora está tentando encontrar pessoas que estavam no mesmo voo que esse homem para que posssam ficar em quarentena, ele disse, além de outras pessoas com as quais o homem e a mulher podem ter entrado em contato, como funcionários de um hotel.

A morte do homem foi confirmada logo após as Filipinas anunciarem que vão imediatamente suspender a chegada de quaisquer visitantes estrangeiros da China.

Antes, havia restringido apenas aqueles de Hubei, província epicentro do surto.

China

Autoridades informaram que mais 45 mortes foram registradas na província de Hubei até o final de sábado, elevando o número de mortes para 304.

O número total de infectados na China agora é de 14.380, segundo a TV estatal (que citou como fonte a Comissão Nacional de Saúde).

Estimativas da Universidade de Hong Kong sugerem que o número total de casos pode ser muito maior que os números oficiais. Mais de 75 mil pessoas podem ter sido infectadas na cidade de Wuhan, especialistas dizem.

Restrição à entrada de visitantes estrangeiros vindo da China

Os Estados Unidos e a Austrália anunciaram que vão recusar a entrada de todos os visitantes estrangeiros que foram recentemente à china, onde o novo vírus 2019-nCov surgiu pela primeira vez em dezembro.

Outros países, incluindo a Nova Zelândia, Rússia, Japão, Paquistão, Itália, Indonésia e Singapura também anunciaram restrições de viagem.

O Brasil ainda não tomou essa decisão. O Ministério da Saúde orientou que viagens para a China devem ser realizadas somente "em casos de extrema necessidade".

Nos EUA, cidadãos e residentes retornando de Hubei ficarão em quarentena por 14 dias. Aqueles retornando de outras partes da China terão permissão para monitorar sua própria condição durante um período similar.

O Pentágono disse que providenciaria alojamento para mil pessoas que talvez precisem ficar em quarentena depois de chegar aos EUA de fora. Quatro bases militares na Califórnia, Colorado e no Texas providenciarão até 250 quartos cada.

A Austrália anunciou que seus próprios cidadãos chegando da China também entrarão em quarentena por duas semanas.

Também houve um grande número de evacuações da China com governos estrangeiros trazendo seus cidadãos de volta.

Restrições a viagens funcionam?

Autoridades de saúde global desaconselham restrições a viagens.

"Restrições a viagens podem causar mais danos do que benefícios minando compartilhamento de informações, cadeias de suprimentos médicos e afetando negativamente economias", afirmou o secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS recomenda a introdução de triagens em fronteiras. A organização alertou que fechar fronteiras pode acelerar a propagação do vírus, com viajantes entrando nos países de forma não oficial.

A China criticou as restrições a viagens, acusando governos estrangeiros de ignorar o conselho oficial.

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