Correspondente brasileiro se assusta com míssil em Kiev; assista
Hugo Bachega, da BBC, estava fazendo uma reportagem ao vivo quando a ofensiva começou
O jornalista brasileiro Hugo Bachega, que trabalha como correspondente na Ucrânia para a inglesa BBC, se assustou e precisou correr para um abrigo depois que mísseis cortaram o céu da capital Kiev, em uma série de ofensivas russas contra o país.
Imagens da própria emissora mostram o momento em que o correspondente dava as notícias sobre o conflito ao vivo e é interrompido por um míssil. É possível ouvir o barulho da explosão e o repórter deixando a cena para se proteger.
Segundo a BBC, tanto o repórter quanto o cinegrafista conseguiram chegar ao abrigo em segurança. A explosão ocorreu próximo ao hotel em que a equipe está hospedada.
Nas redes sociais, Hugo Bachega publicou uma foto em que aparece no estacionamento do hotel. "Estamos seguros. Trabalhando do estacionamento. Obrigado pelas mensagens", escreveu.
Bombardeio a Kiev
Nesta segunda-feira, 10, a Rússia fez uma série de ataques aéreos contra cidades por toda a Ucrânia, incluindo áreas distantes das frentes de batalha, como a capital Kiev.
Os ataques são os mais amplos desde o início do conflito, dois dias depois de uma explosão derrubar um trecho da ponte estratégica que liga a Península da Crimeia ao território continental russo.
Desde junho, a capital ucraniana não era alvo dos bombardeios que atingem o país em meio à guerra com a Rússia.
Somente no primeiro bombardeio, ao menos oito pessoas morreram e outras 24 ficaram feridas, segundo o conselheiro-chefe do Ministério de Assuntos Internos, Rostislav Smirnov.
Ao menos 75 mísseis, segundo o Exército ucraniano, atingiram alvos em centros urbanos como Kiev, Lviv, Ternopil, e Zitomir, no oeste do país, Dnipro e Krementchuk, na região central, e Mikolaiv e Zaporizhia, no sul. A capital registrou ao menos quatro explosões, e ao menos cinco pessoas morreram.
Após a série de ataques, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pediu à população que não saia dos abrigos. "O alarme antiaéreo não para em toda a Ucrânia. Há ataques de mísseis. Infelizmente, há mortos e feridos. Peço a vocês: não saiam dos abrigos. Cuidem de vocês e de seus entes queridos. Vamos aguentar e ser fortes", escreveu.
O presidente Vladimir Putin fez aparições televisionadas nesta manhã, mas não comentou os ataques.
Analistas militares russos e outras fontes próximas ao Kremlin dizem se tratar de uma retaliação pelo ataque de sábado que destruiu parcialmente a ponte do Estreito de Kerch, que liga a Rússia à Península da Crimeia e é um importante ativo logístico das forças russas na guerra.
A ponte, uma gigantesca obra que Putin inaugurou em 2018 como uma das principais de seu governo, era usada para levar suprimentos da Rússia para a Crimeia, anexada por Putin em 2014, e de lá para o sul da Ucrânia, onde tropas ucranianas realizam uma ofensiva para retomar a província de Kherson.
O presidente russo classificou o episódio de "ataque terrorista contra infraestrutura civil crítica", e acusou os serviços secretos da Ucrânia de serem responsáveis pela explosão.
* Com informações da EFE, AP e AFP