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Corrosão causou queda de ponte em Gênova, diz perícia

Tragédia matou 43 pessoas em agosto de 2018

22 dez 2020 - 10h41
(atualizado às 11h38)
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Uma perícia judicial concluiu que o desabamento da Ponte Morandi, ocorrido em 14 de agosto de 2018, em Gênova, foi causado por uma corrosão em um dos cabos de sustentação da estrutura e pela falta de manutenção.

Ponte Morandi, em Gênova, havia sido inaugurada em 1967
Ponte Morandi, em Gênova, havia sido inaugurada em 1967
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O desastre matou 43 pessoas e colocou em xeque a concessionária Autostrade per l'Italia (Aspi), que era controlada pela família Benetton, mas foi reestatizada pelo governo italiano por causa da tragédia.

Segundo a perícia pedida pela juíza de inquérito preliminar Angela Nutini, o desabamento foi desencadeado pelo "fenômeno de corrosão na parte superior do tirante sul do pilar 9". O documento tem cerca de 500 páginas e também diz que o desastre poderia ter sido evitado se "os controles e manutenções tivessem sido feitos corretamente".

"A falta ou inadequação dos controles e das subsequentes ações corretivas constitui um dos elos frágeis do sistema. Se eles tivessem sido feitos corretamente, teriam interrompido a cadeia de eventos", afirma a perícia.

A Ponte Morandi havia sido inaugurada em 1967 e consistia em uma estrutura estaiada, mas com as vias suspensas por tirantes de concreto, e não de aço, como é mais comum.

De acordo com os peritos, o processo de corrosão na armadura do tirante que causou a tragédia teve início logo nos "primeiros anos de vida da ponte" e progrediu de maneira ininterrupta até o desabamento.

Também coram constatadas "deficiências de projeto" e a "ausência de especificações técnicas adequadas", além de "defeitos construtivos na fase de edificação" e "falta de controles na etapa de construção por parte da direção das obras e de fiscalizadores".

Os peritos ainda apontaram a "ausência de intervenções de restauro e reparação no tirante defeituoso". "Não foram identificados fatores independentes do estado de manutenção e conservação da ponte que possam ter contribuído para determinar o desabamento", afirma o documento.

Logo após a tragédia, chegou-se a especular que a forte chuva que caía em Gênova naquele dia podia ter favorecido a queda. A última manutenção no pilar 9 da ponte havia sido feita em 1993, e os responsáveis pela via também teriam ignorado alertas do engenheiro Riccardo Morandi, autor do projeto, sobre o risco de corrosão.

"É muito triste, mas finalmente ficou claro que tudo poderia ter sido evitado", diz um comunicado do comitê de familiares das vítimas da Ponte Morandi. "Nossos entes queridos foram assassinados, ninguém vai poder voltar no tempo, podemos apenas continuar lutando com firmeza e determinação pela verdade", acrescentou Egle Possetti, presidente da comissão.

A substituta da Ponte Morandi foi inaugurada no início de agosto, com projeto do premiado arquiteto Renzo Piano, ao custo de 200 milhões de euros, valor bancado por um consórcio público-privado.

A expectativa dos parentes das vítimas é de que o inquérito sobre o desabamento seja concluído no início de 2021. 71 pessoas são investigadas, além da Aspi.  

Ansa - Brasil
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