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Crianças são submetidas a cirurgias sem sedação em Gaza, relata ONG

Representante da Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta para gravidade da situação em Gaza, que já não tem mais medicamentos para feridos

29 out 2023 - 13h54
(atualizado às 14h48)
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Sem anestésicos, operações estão sendo feitas sem sedação na Faixa de Gaza, relata ONG
Sem anestésicos, operações estão sendo feitas sem sedação na Faixa de Gaza, relata ONG
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A falta de produtos anestésicos está chegando a níveis preocupantes na Faixa de Gaza, alerta a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF). De acordo com a organização, muitos feridos, em sua maioria crianças e mulheres, estão passando por procedimentos cirúrgicos sem a sedação adequada, devido à escassez de medicamentos. 

No início desta semana, Mohammed Obeid, cirurgião do MSF em Gaza, descreveu uma situação assustadora: "Os hospitais estão inundados de pacientes. Amputações e cirurgias estão sendo realizadas sem anestesia adequada, e os necrotérios estão inundados de corpos".

"Faltam narcóticos, faltam sedativos, faltam opióides. Fazemos muitas operações com meia dose de sedativo, o que é terrível", disse à agência de notícias AFP, Léo Cans, chefe da missão da MSF nos territórios palestinos, que trabalha em Jerusalém e está em contato com suas equipes em Gaza.

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Um exemplo desses casos, segundo Cans, foi a operação de uma criança de apenas 10 anos.

"Teve que amputar metade do pé esquerdo sob semi-sedação, no chão do hospital, no corredor, porque todas as salas de cirurgia estavam lotadas", disse. "A mãe dela estava lá, a irmã dela estava lá. Elas estavam assistindo à operação (...) no chão". 

Ainda de acordo com a ONG, em toda a Faixa de Gaza, o número de feridos que precisam de assistência médica urgente excede em muito a capacidade do sistema de saúde, que atualmente tem cerca de 3,5 mil leitos.

"Tantas vítimas em um espaço de tempo tão curto é algo inédito, mesmo em comparação com ofensivas israelenses de grande escala anteriores", pontuou a ONG. 

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A ONG pede um cessar fogo à guerra, que iniciou no início do mês. "Pessoas indefesas estão sendo submetidas a bombardeios terríveis. As famílias não têm para onde correr ou se esconder enquanto o inferno é lançado sobre elas. Precisamos de um cessar-fogo agora", diz Christos Christou, presidente internacional de MSF. "Água, alimentos, combustível, suprimentos médicos e a ajuda humanitária em Gaza precisam ser restaurados com urgência".

Fonte: Redação Terra
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