Crise na Venezuela: como foram vistos do espaço os seis dias de apagão no país
Satélite da Nasa registrou a queda de energia elétrica que provocou caos na maior parte do território venezuelano.
No espaço, o satélite Suomi, da Nasa, testemunhou o apagão registrado na Venezuela na última semana, que já é considerado o mais longo da história do país.
Na quinta-feira, 7 de março, no fim da tarde, houve uma falha na rede elétrica que teve origem na usina hidrelétrica Simón Bolívar, a principal do país, conhecida como Guri.
Só na tarde da última terça-feira, 12 de março, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, afirmou que o fornecimento de energia estava restituído "quase totalmente em todo o território nacional".
No entanto, algumas regiões do país, muito antes do apagão, sofrem muitas restrições elétricas há anos.
O governo diz que o apagão foi causado por uma sabotagem, pela qual culpa a oposição. No entanto, especialistas do setor elétrico consultados pela BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, mostram um incêndio "no corredor" da principal linha de transmissão da hidrelétrica Guri.
As imagens da Nasa mostram como foram os últimos dias no país:
7 de março
O satélite Suomi fotografou o país pouco antes do apagão, que teve início no final da tarde da última quinta-feira, e atingiu a maioria dos estados venezuelanos.
8 de março
Na foto do dia 8 de março, sexta-feira, já é possível ver grande parte do país às escuras.
Na tarde do dia 8, depois de mais de 20 horas sem eletricidade, a luz chegou a voltar a diversas regiões por cerca de duas horas, segundo a agência de notícias EFE. Depois, houve outro apagão.
O governo havia anunciado a suspensão das atividades em escolas e empresas "com o objetivo de facilitar o trabalho de recuperação do serviço elétrico".
Nas ruas da capital, Caracas, as pessoas faziam fila para carregar seus telefones celulares com energia solar.
Hospitais também viveram cenas de caos quando familiares tentavam levar os pacientes a outros locais que tivessem geradores de emergência.
9 de março
No sábado, 9 de março, o presidente Nicolás Maduro afirmou que as subestações elétricas do país foram atacadas com "o apoio e a assistência dos Estados Unidos".
Por sua vez, o presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição Juan Guaidó afirmou que os apagões eram resultado de anos de pouco investimento governamental no sistema elétrico.
O secretário executivo da Federação de Trabalhadores da Indústria Elétrica da Venezuela, Alí Briceño, disse ao jornal El Nacional que o problema ocorreu por causa de um "incêndio de vegetação (na região da central hidrelétrica Guri), que interrompeu o funcionamento de três linhas de 765 kW, duas por aquecimento e outra por sobrecarga".
De acordo com ele, não havia funcionários com conhecimento técnico suficiente para reestabelecer o fornecimento de energia rapidamente.
No mesmo dia, milhares de pessoas protestaram contra o apagão em todo o país.
10 de março
A foto noturna do satélite Suomi no domingo, 10 de março, tem pouca qualidade, mas ainda mostram pontos com menos luz, como nos dias anteriores.
Relatos de correspondentes da BBC e de venezuelanos afirmam que o caos continuava nos hospitais e nas ruas das principais cidades, com episódios de saque a lojas, casas e supermercados.
11 de março
Na segunda-feira, 11 de março, o apagão continuava em muitas regiões. Quando a eletricidade voltava, durava apenas poucas horas. É difícil, no entanto, saber detalhes da situação em todas as partes do país.
No fim da tarde, a segunda maior cidade venezuelana, Maracaibo, contabilizava mais de 90 horas contínuas sem energia elétrica, assim como outras importantes cidades da região oeste do país.
12 de março
No fim da tarde de terça-feira, 12 de março, o governo afirmou que o fornecimento de energia foi reestabelecido em quase todo o país. No entanto, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Mundo, pode levar dias até que o serviço fique estável.
Confira a animação dos dias do apagão vistos do espaço:
https://twitter.com/bbcbrasil/status/1105851837935247361
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