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Cristãos recriam véspera da Crucificação de Jesus em Jerusalém

28 mar 2013 - 17h07
(atualizado às 17h09)
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Centenas de cristãos da Terra Santa e peregrinos de todo mundo recriaram nesta Quinta-Feira Santa no Cenáculo e no Santo Sepulcro a cerimônia de lava-pés, espécie de prévia da crucificação de Cristo.

"Aqui (Jesus) foi celebrado o jantar pascal e se institucionalizou a comemoração da Páscoa (..). Daqui, a Igreja se disseminou por todo o mundo", proclamou um dos religiosos franciscanos que hoje concelebrou a tradicional cerimônia no Cenáculo.

Ajoelhado perante uma dúzia de crianças, com idades entre 8 e 13 anos, o custódio da Terra Santa, o italiano Pier Battista Pizzaballa, lavou e beijou seus pés para lembrar o que Jesus fez a seus discípulos na Última Ceia, na qual instituiu a eucaristia e o sacerdócio.

"O que eu faço, não entendes agora, mas o compreenderás mais tarde", relata o Evangelho de São João sobre a cerimônia, uma das mais emblemáticas da Quinta-Feira Santa.

Situado sobre o túmulo do bíblico rei David, da linhagem do Messias dos judeus, o Cenáculo hoje foi marcado pelo ir e vir dos fiéis que desejavam recriar o Jantar do Senhor.

Alguns deles, os que chegaram mais cedo, puderam presenciar o ofício liderado por Pizzaballa, que, por sua vez, foi realizado em vários idiomas e com algumas passagens exclusivamente em italiano.

Diante de aproximadamente 200 fiéis, os que puderam adentrar ao pequeno recinto extramuros, a cerimônia se desenvolveu em uma rigorosa solenidade e uma espiritualidade que muitos deles, asseguram, só conseguiram encontrar na Terra Santa devido à proximidade que sentem com a vida e obra Jesus.

"O lugar no qual estamos é o melhor para celebrar a Semana Santa, já que podemos passar por onde Jesus passou, pisar onde ele pisou em seus últimos dias e sentir o que sentiu", afirmou à Agência Efe Noelia Oliva, uma turista de 20 anos que passa a Semana Santa em Jerusalém pela primeira vez com um grupo de sua paróquia.

As portas do Cenáculo, epicentro de uma longa disputa entre o Vaticano e o Governo israelense, que o administra desde que a Cidade Antiga de Jerusalém foi ocupada em 1967, se abrem excepcionalmente aos fiéis na Quinta-Feira Santa e em Pentecostes. No restante dos anos, o local pode ser visitado, mas com fins turísticos e não religiosos.

No século XV, o Cenáculo foi universalizado por Leonardo da Vinci seguindo o relato que um viajante fez da época que, por erro, lhe descreveu aparentemente sua ante-sala, onde realmente estão as três janelas que aparecem no famoso quadro da "Última Ceia".

Para os cristãos, a cerimônia de Lava-Pés transmite a mensagem da humildade e do amor fraterno, que hoje os fiéis recriaram a convite do Custódio da Terra Santa com uma saudação destinada à pessoa ao lado e um apertão de mão.

A primeiras hora, o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, tinha realizado a mesma cerimônia no Santo Sepulcro, onde o sagrado sacramento ficará guardado até a noite de amanhã.

As portas do lugar mais sagrado para o cristianismo foram abertas e fechadas hoje intermitentemente, segundo um estrito protocolo religioso que começou a ser definido há vários séculos.

A última vez em que se abriram o Santo Sepulcro foi às 19h locais (14h de Brasília) para permitir a entrada dos frades franciscanos do convento de San Salvador, que celebraram ali a adoração noturna.

"Esse é um privilégio (passar esta noite dentro do Sepulcro) que muito poucos podem desfrutar", explicou à Agência Efe o padre Manuel Hernández Morales, um dos nove "felizardos".

Em sua 26ª peregrinação à Terra Santa, este religioso de Las Palmas de Gran Canaria confirmou à Agência Efe que pelo menos três grupos espanhóis e vários da América Latina tinham chegado estes últimos dias à Terra Santa para a ocasião. Segundo o padre, esta noite eles iam celebrar uma missa em castelhano na Basílica da Agonia, no Jardim do Getsêmani.

Precedida por religiosos vestidos com uniforme otomano, a procissão dos monges franciscanos, palestinos cristãos e peregrinos se dirigia a última hora em direção ao Getsêmani para a realização da "hora santa" ou "oração do jardim".

Neste mesmo local, Jesus foi orar e meditar e ali viveu sua Paixão antes de ser entregue por Judas, por isso que a oração ali é o preâmbulo à principal procissão da Semana Santa em Jerusalém, a Via-Sacra, que percorrerá amanhã as 14 estações da Via Dolorosa.

EFE   
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