Cuba anuncia internet para celulares
Os cubanos poderão acessar a internet em seus celulares a partir desta quinta-feira, disse o monopólio estatal de telecomunicações ETECSA, um marco para o que há muito tempo é um dos países menos conectados do hemisfério ocidental.
Quase metade dos 11,2 milhões de habitantes do país comunista tem celulares, embora nem todos consigam pagar pela internet móvel.
Em um noticiário transmitido na noite de terça-feira, os executivos da ETECSA anunciaram uma gama de pacotes com validade de 30 dias, de 600 MB para o equivalente a 7 dólares a 4 GB por 30 dólares. Sem um pacote, 100 MB custarão aos usuários 10 dólares.
O custo estará fora do alcance de muitos cubanos, já que o salário médio está em torno de 30 dólares por mês, e muitas pessoas dependem de dinheiro enviado por parentes no exterior ou de trabalhos temporários paralelos para sobreviver.
Cuba ficou muito atrás da maioria dos países no acesso à Web, seja por falta de dinheiro, por um longo embargo comercial dos Estados Unidos ou por preocupações com o fluxo de informações.
Até 2013, a internet só estava disponível para o público em hotéis turísticos da ilha. Mas o governo desde então tornou o impulso à conectividade uma prioridade, introduzindo cibercafés e pontos de acesso Wi-Fi externos e, lentamente, começando a conectar residências à internet.
"Será bom poder conectar-se à web com maior conforto", disse Guillermo Diaz, 38 anos, que freqüentemente se dirige a um hotspot Wi-Fi em um parque perto de sua casa para conversar com a família que emigrou para os EUA.
Tania Velázquez, vice-presidente da ETECSA, disse que a empresa iria lançar o serviço durante vários dias, a fim de evitar o congestionamento da rede que ocorreu durante os testes de internet móvel no início deste ano.
"A qualidade do serviço será um fator-chave durante o lançamento da internet móvel", disse Norges Rodriguez, um dos editores da YucaByte, uma mídia cubana sobre telecomunicações e seu impacto na sociedade.
Velázquez anunciou que o acesso a aplicativos estatais e sites como Ecured, uma Wikipedia cubana, seria significativamente mais barato do que o acesso à World Wide Web.
O presidente Miguel Díaz-Canel, que sucedeu Raúl Castro em abril, defendeu uma maior conectividade, destacando o potencial da internet para impulsionar a economia e permitindo que Cuba defenda melhor sua revolução online.