Cuba liberta primeiros presos políticos após decisão de Biden
Maioria das pessoas está ligada aos protestos de julho de 2021
O governo cubano libertou o primeiro grupo de presos políticos acusados de diversos crimes, sendo a maioria ligada aos protestos antigovernamentais de julho de 2021, após o anúncio de que a ilha foi retirada da lista de patrocinadores do terrorismo dos Estados Unidos.
Segundo o Observatório Cubano de Direitos Humanos, organização que monitora as detenções na ilha caribenha e que publicou a lista com os nomes dos libertados, ao menos 14 pessoas foram soltas na manhã passada, incluindo Reyna Yacnara Barreto Batista, de 24 anos.
A informação foi confirmada à agência norte-americana Associated Press, que afirmou que ela e outros nove homens estavam ligados aos protestos de três anos e meio atrás.
Além destes, Donaida Pérez Paseiro, de 53 anos, saiu da prisão na província de Villa Clara, no centro da ilha. "Isso não foi nada mais que o resultado da campanha internacional conduzida em favor dos presos políticos. Não tem nada a ver com o regime cubano. Temos sido sua moeda ao longo dos anos", declarou ela à imprensa local.
Condenada a sete anos de prisão por participar das manifestações históricas de 11 de julho de 2021, Pérez Paseiro foi declarada "prisioneira de consciência" pela Anistia Internacional.
Ontem, as autoridades cubanas também esclareceram que as 553 pessoas que sairão da prisão, conforme anunciado por Havana após negociações com a Igreja Católica, não foram "nem perdoadas nem anistiadas", mas sim, tecnicamente, "libertadas da prisão" e, portanto, "podem retornar à prisão" se não cumprirem uma série de "requisitos", incluindo "bom comportamento".
As libertações ocorrem após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, medida que deve ser revertida após a posse do republicano Donald Trump.
A iniciativa faz parte de um acordo mediado pela Igreja Católica para libertar 553 prisioneiros em Cuba, que chegou a deixar a lista americana de países financiadores do terrorismo em 2015, no governo de Barack Obama, mas voltou em 2021, na gestão do magnata. .