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Cuba rompe diálogo com grupo de artistas que pediam liberdade de expressão

4 dez 2020 - 17h03
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O governo de Cuba descumpriu sua promessa de se reunir com um grupo de artistas que pediam mais liberdade de expressão, dizendo que não concorda com uma série de condições para realizar as negociações e que não conversará com "inimigos da revolução".

Manifestantes protestam em solidariedade a artistas dissidentes em frente do Ministério da Cultura de Cuba, em Havana
27/11/2020
REUTERS/Alexandre Meneghini
Manifestantes protestam em solidariedade a artistas dissidentes em frente do Ministério da Cultura de Cuba, em Havana 27/11/2020 REUTERS/Alexandre Meneghini
Foto: Reuters

O governo cubano havia concordado em organizar as conversas na sexta-feira passada, quando cerca de 300 artistas cubanos realizaram uma manifestação incomum diante do Ministério da Cultura em protesto contra uma operação na sede do grupo de artistas dissidentes "Movimento San Isidro".

"O ministro da Cultura (Alpidio Alonso) não se reunirá com pessoas que têm contato direto e recebem financiamento, apoio logístico e respaldo propagandístico do governo dos Estados Unidos e seus funcionários", disse em uma nota oficial.

O Ministério da Cultura divulgou que os 30 delegados anunciados para negociar enviaram um email que a instituição qualificou de "insolente" e observou que "o grupo se erigiu em voz de todos, pretende impor, de modo unilateral, quem, com quem e para que aceitarão dialogar".

Na lista dos 30 delegados estão incluídos vários membros do chamado "Movimento San Isidro" e meios independentes como 14yMedio e Cibercuba, entre outros, que o governo qualifica de "mercenários".

O Estado, que tem o monopólio dos meios de comunicação, empreendeu nesta semana una ofensiva contra os dissidentes ao classificá-los de "mercenários financiados pelos Estados Unidos" que buscam desestabilizar o país, e afirmou que seus protestos são orquestrados em Miami e Washington.

O governo norte-americano tem um histórico antigo de financiamento do que descreve como esforços para promover a democracia na ilha, mas o grupo de San Isidro nega ter recebido este financiamento.

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