De olho em mercados externos, Rússia diz que sua vacina contra Covid-19 custará menos de U$20
A vacina contra Covid-19 russa Sputnik V custará menos de 20 dólares por pessoa nos mercados internacionais, e a Rússia pretende produzir mais de um bilhão de doses no próprio país e no exterior no ano que vem, disseram seus apoiadores financeiros e desenvolvedores nesta terça-feira.
A vacina Sputnik, batizada em homenagem ao satélite da era soviética que inaugurou a corrida espacial para sinalizar a importância geopolítica do projeto para a Rússia, é administrada em duas doses, cada uma das quais custará menos de 10 dólares, de acordo com a conta oficial da Sputnik V no Twitter.
Para os cidadãos russos, a inoculação será gratuita. A vacinação em massa no país, que tem o quinto maior número global de casos registrados de Covid-19, ainda não começou, já que os chamados testes clínicos de estágio avançado continuam.
Também nesta terça-feira, o Kremlin disse que o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não foi vacinado com a Sputnik V, já que, devido ao seu cargo, ele não pode receber algo que ainda está sendo testado, mas uma de suas filhas a recebeu, revelou Putin em agosto, e se sentiu bem depois.
O anúncio de preço da Rússia chega no momento em que o país almeja acelerar a produção e distribuição e em que três vacinas --uma da AstraZeneca, outra da Pfizer/BioNTech e uma terceira da Moderna emergiram no Ocidente, aumentando a esperança de que a pandemia global possa ser domada no ano que vem.
A Rússia, que ambiciona conquistar fatias do mercado global, destacou o preço internacional da Sputnik V por ser competitivo.
"Ele é mais de duas vezes mais barato do que outras vacinas que têm os mesmos níveis de eficácia", disse Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano RDIF, em uma entrevista coletiva.
"Neste momento, a Sputnik V é a vacina mais barata com um nível de eficácia acima de 90% em testes clínicos de estágio avançado".
O preço da vacina russa é menor do que o de algumas concorrentes ocidentais, como o daquela produzida pela Pfizer-BioNTech, que custa 15,50 euros por dose, mas mais caro do que a desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, que será vendida na Europa por cerca de 2,50 euros por dose.