Democratas processam Rússia,campanha de Trump e Wikileaks
Partido denuncia conspiração para interferir nas eleições 2016
O partido Democrata entrou nesta sexta-feira (20) com uma ação milionária contra o governo russo, a campanha do presidente Donald Trump e a organização Wikileaks, por conspiração na suposta interferência na eleição presidencial norte-americana em 2016 para prejudicar Hillary Clinton.
O processo foi apresentado no Tribunal Federal de Manhattan e trata-se de uma causa civil para pedir um ressarcimento de milhões de dólares. A queixa alega que altos funcionários da campanha do magnata conspiraram para a invasão da rede de computadores do partido e divulgação de material.
Em comunicado, o presidente do partido, Tom Perez, afirmou que "durante a campanha presidencial de 2016, a Rússia lançou um ataque total contra nossa democracia e encontrou um parceiro ativo e disposto na campanha de Donald Trump".
Segundo o documento, "isso constitui um ato de traição sem precedentes: a campanha de um candidato ao cargo de presidente dos Estados Unidos, aliado a um poder estrangeiro hostil para reforçar sua própria chance de conquistar a presidência".
A ação ainda argumenta que o "ciberataque prejudicou a capacidade do Partido Democrata de se comunicar com os eleitores, coletar doações e operar de forma eficaz, pois seus funcionários enfrentavam assédio pessoal e, em alguns casos, ameaças de morte".
De acordo com o jornal norte-americano "The Washington Post", a atitude de processar um país estrangeiro pode apresentar problemas legais para o partido, em parte porque outras nações têm imunidade da maioria dos processos judiciais dos Estados Unidos.
No entanto, o processo alega que a Rússia não tem direito à imunidade de soberania porque, neste caso, "as acusações surgem da violação da Rússia contra os servidores privados" do partido "para roubar segredos comerciais e cometer espionagem econômica".
A tática legal apresentada na ação é similar a que os democratas fizeram durante o escândalo do Watergate em 1972. Na ocasião, o partido entrou com um processo contra o comitê de reeleição do então presidente dos EUA Richard Nixon na tentativa de receber US$1 milhão em danos pela invasão da sede da legenda no prédio Watergate.