Descubra a origem da lenda do coelhinho da Páscoa
No imaginário das crianças, a entrega dos ovos de chocolate é feita por um coelho de olhos vermelhos e pelos branquinhos. A história fica ainda mais verdadeira para os pequenos quando encontram pegadas do animal e pedacinhos de cenoura espalhados pela casa. Todos esses artifícios só reforçam a lenda do coelhinho da Páscoa, disseminada na Europa e trazida para a América há mais de 300 anos.
O simpático mamífero foi incorporado à Páscoa por meio de contos criados no velho continente. Uma das narrativas mais conhecidas do mundo conta que uma mulher pobre escondeu ovos coloridos num ninho para entregá-los aos filhos na manhã da festividade religiosa. Contudo, quando as crianças descobriram o lugar, um grande coelho passou rapidamente e espalhou os presentinhos, dando aos pequenos a ilusão de que o bicho carregava e distribuía os ovos.
Outra versão ganhou força no continente americano com a imigração alemã, no século 18. Para os alemães, à época, era muito comum esconder ovos de galinha pintados à mão em grandes quintais para as crianças os encontrarem. Agitados com a movimentação dos pequenos, os coelhos que ali viviam saltavam de suas tocas. Com o tempo, os adultos uniram os ovos e os coelhos numa história, dizendo aos filhos que os animais tinham trazido os presentes de Páscoa.
Um pé na religião
Muito mais que um alegre carregador de ovos, para a religião cristã o coelho se tornou símbolo da ressurreição. “No hemisfério Norte, ele hiberna dentro de sua toca durante o inverno e desaparece das vistas. No fim da estação, portanto no período da Páscoa, o coelho é o primeiro animal a sair do abrigo”, explica Marlon Ronald Fluck, professor do mestrado em Teologia da Faculdade Teológica Batista do Paraná, de Curitiba.
Já nos países do hemisfério Sul, como o Brasil, por não haver a hibernação, a explicação esbarra na rápida reprodução, tornando-se um símbolo de fertilidade, fielmente ligado com a tradição religiosa. “O protestantismo acentuou mais a tradição do coelho da Páscoa, enquanto a tradição católica usou o símbolo do ovo. Com o tempo, as duas tradições passaram a se vincular”, analisa Marlon.