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Di Maio critica presidente do BCE após fala sobre orçamento

Mario Draghi disse que manobra repercutirá na economia do país

26 out 2018 - 13h23
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O vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, fez dura crítica contra as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), o italiano Mario Draghi, nas quais disse que o agravamento do risco da dívida do "país da bota" terá efeitos na economia.

Di Maio critica presidente do BCE após fala sobre orçamento
Di Maio critica presidente do BCE após fala sobre orçamento
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    "Na minha opinião, estamos em um momento em que temos que alegrar a Itália e estou surpreso que um italiano se coloque dessa maneira para envenenar ainda mais o clima", disse Di Maio durante entrevista à RAI. Ontem (25), após o BCE manter suas taxas de juros inalteradas, Draghi afirmou que com os rendimentos dos bônus soberanos italianos subindo, o espaço para expansão fiscal no país "fica menor".

    Questionado sobre a crise entre o governo italiano e a Comissão Europeia, Draghi ainda considerou que a divergência se centra no terreno orçamental, o que não está no mandato do BCE. "A guardiã das regras é a Comissão, não é o BCE", acrescentou.

    "É estranho que, neste momento, eu veja alguns ministros de outros países, como os alemães, tendo mais respeito pelo que estamos fazendo do que o chefe do BCE que vem dizer que o clima de tensão na Itália é um problema", rebateu o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S).

    No entanto, Di Maio enfatizou que "Draghi pode dizer o que quer", porque ele não é ninguém para censurar o que o presidente do BCE diz.

    Na última semana, Draghi já havia dito que as regras orçamentárias da UE e o Pacto de Estabilidade e Crescimento devem ser respeitados pelo interesse de todos. Apesar de não citar diretamente a Itália, ficou claro que ele estava se referindo ao projeto de Roma de elevar os empréstimos para financiar as promessas eleitorais.

    Por sua vez, o vice-premier fez questão de ressaltar que "apoiar os bancos não significa tirar dinheiro dos italianos". A Itália abriu uma nova frente de batalha com a União Europeia por causa de sua lei orçamentária para 2019, que tem sido fortemente criticada pelo bloco, pois pode aumentar o rombo fiscal em um dos países mais endividados do mundo. Como consequência, a Comissão Europeia rejeitou a chamada "manobra econômica" e exigiu retificações no texto.

Ansa - Brasil
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