Dia do Trabalhador: Veja manifestações do 1º de maio na França
Governo de Emmanuel Macron é acusado de violência policial, intolerância religiosa, xenofobia e racismo.
No Dia do Trabalhador, manifestantes na França participam de protestos contra o aumento da idade de aposentadoria, de 62 para 64 anos. Há protestos ocorrendo em várias cidades como Paris, Nantes e Lyon, onde a polícia disparou bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes que incendiaram vários veículos e destruíram algumas instalações comerciais.
Vários países expressaram preocupação perante a Organização das Nações Unidas (ONU) pela violência policial. A França vive uma onda de protestos desde o começo do ano.
A ONU possui um mecanismo chamado Exame Periódico Universal ao qual todos os 193 países que compõem a organização devem se submeter; o processo é realizado a cada quatro anos. Além da violência policial, também foram abordadas outras questões como os ataques aos migrantes, discriminação racial e intolerância religiosa.
"A França deve tomar medidas para abordar, de forma transparente, as denúncias sobre o uso excessivo da força por parte da polícia contra manifestantes durante os protestos", declarou o representante da Suécia junto ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
Dinamarca, Liechtenstein, Noruega, Luxemburgo e Malásia também manifestaram preocupações similares. Rússia, Venezuela e Irã, três nações que são alvos frequentes de acusações de violência policial e outras violações graves e generalizadas dos direitos humanos, também mencionaram o caso francês.
A representante da Rússia, Kristina Sukacheva, afirmou ao Conselho que "preocupam-nos as medidas duras e às vezes violentas destinadas a dispersar cidadãos pacíficos".
Na França têm se multiplicado internamente as críticas contra um uso da força, considerado excessivo nos últimos meses, contra os manifestantes contrários à impopular reforma da Previdência realizada pelo governo do presidente Emmanuel Macron.
Na revisão desta segunda-feira (01) do Exame Periódico Universal, vários países, entre eles os Estados Unidos, também solicitaram à França mais esforços para combater a discriminação racial e religiosa.
A representante americana, Kelly Billingsley, disse que seu país instava Paris a "ampliar os esforços para se contrapor aos crimes e ameaças de violência motivados pelo ódio religioso, como o antissemitismo e o ódio anti-muçulmano". Brasil e Japão denunciaram o uso de "perfis raciais" pelas forças de segurança.
A ministra da Igualdade de Gênero e Diversidade, Isabelle Rome, que chefiou a delegação francesa, não respondeu explicitamente a todas as críticas, mas comparou o racismo e o antissemitismo a "um veneno para a República".
A assessora jurídica do Ministério do Interior francês, Sabrine Balim, explicou ao conselho que os policiais têm a obrigação de usar um número de identificação individual "para garantir a visibilidade e a rastreabilidade de suas ações". A exigência, porém, nem sempre é praticada, razão pela qual o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, exigiu que seja usado "em todas as circunstâncias".
Dia do Trabalhador no Brasil: galera na praia, tomando uma cervejinha deboas.
o mesmo feriado na França: pic.twitter.com/moI1OCuD3n
— Suelen Domingues (@suelendmg_) May 1, 2023