Dinamarca proíbe uso de véu islâmico em público
Lei controversa começou a valer nesta quarta-feira (1)
A proibição do uso de véus que cubram todo o rosto em espaços públicos começou a valer nesta quarta-feira (1), na Dinamarca. A nova lei prevê que as mulheres que usarem vestes como a burca e o niqab, espécie de véu que deixa os olhos descobertos, sejam multadas.
A lei foi proposta por uma coalizão de centro-direita e aprovada pelo Parlamento em maio deste ano. Segundo um dos líderes do movimento, Marcus Knuth, os véus são "extremamente opressivos".
Por outro, lado, a oposição acusa o governo de discriminação. Movimentos de defesa dos direitos humanos protestaram nesta quarta-feira nas ruas de diversas cidades dinamarquesas, inclusive a capital Copenhague. Mulheres que utilizavam burcas e niqabs estavam nas manifestações, mas, segundo a polícia, não foram punidas para não ferir o direito à liberdade de expressão.
Quem não respeitar a proibição pode ser multado em 1000 coroas dinamarquesas, ou R$ 586, e reincidentes terão que pagar até 10000 coroas, o equivalente a R$ 5.800, ou até seis meses na cadeia.
O ministro da Justiça do país, Soren Poulsen, explicou que o foco da lei são as mulheres que são obrigadas pela família a cobrir o rosto. A Dinamarca endureceu suas leis anti-imigração nos últimos anos exigindo, por exemplo, que imigrantes em busca de asilo no país entreguem pertences como joias para pagar pela acolhida.
Qualquer pessoa que forçar outra a cobrir o rosto pode ter de ficar até dois anos na prisão. Aproximadamente 5% da população dinamarquesa, que é de 5,7 milhões de habitantes, é muçulmana.