Diplomatas se reúnem em Davos para discutir "fórmula da paz" proposta pela Ucrânia
A Ucrânia avançou com sua proposta de fórmula da paz para encerrar quase dois anos de guerra com a Rússia após reunião de conselheiros de segurança nacional de todo o mundo em Davos neste domingo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que deverá discursar no Fórum Econômico Mundial em Davos nesta semana, não esteve na sessão de abertura pela manhã, que incluiu 81 participantes de diferentes países e organizações internacionais.
Zelenskiy foi representado por seu chefe de gabinete, Andriy Yermak, nas negociações deste domingo, que também contaram com a presença do representante especial dos Estados Unidos para a recuperação econômica da Ucrânia, Penny Pritzker, bem como de James O'Brien, secretário de Estado adjunto dos EUA para Assuntos Europeus e Eurasiáticos.
À medida que crescem as preocupações sobre o apoio contínuo dos EUA à guerra na Ucrânia durante um ano eleitoral, espera-se também que o conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, Jake Sullivan, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, discursem no Fórum, que começa oficialmente na noite de segunda-feira.
A Suíça, como anfitriã das discussões entre os diplomatas, disse que as conversações de paz na Ucrânia têm como objetivo finalizar os princípios "para uma paz duradoura e justa na Ucrânia" ao nível dos conselheiros de segurança nacional. Os princípios, segundo afirmou num comunicado na semana passada, deverão constituir a base para as próximas fases do processo de paz.
O papel do Sul Global nas conversações sobre a fórmula de paz da Ucrânia ficou em destaque em Davos. Muitos dos países não-alinhados de África, América Latina, Oriente Médio e Ásia que permaneciam à margem das discussões sobre a Ucrânia estarão representados esta semana na estância montanhosa suíça.
O conselheiro de segurança nacional da Nigéria, Nuhu Ribadu, pôde ser visto participando da reunião deste domingo. Yermak disse que participaram representantes de 18 países asiáticos, 12 países africanos e 6 países sul-americanos.
"Os países do Sul Global estão cada vez mais envolvidos no nosso trabalho", disse Yermak em sua conta no Telegram.
A Ucrânia, com forte apoio dos seus aliados, tem afirmado consistentemente que não desistirá até que tenha recuperado cada pedaço de território que a Rússia tomou.
Não está claro, no entanto, se os países do Sul Global concordam com esses termos como parte de uma fórmula de paz.