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Direita radical lidera votação em eleições parlamentares na França, aponta boca de urna; o que acontece agora?

Segundo levantamento de buca de urna, o partido de Marine Le Pen venceu as eleições parlamentares com 34% dos votos, ganhando a maioria da Assembleia Nacional francesa pela primeira vez. O presidente Emmanuel Macron sai como grande derrotado do pleito.

30 jun 2024 - 15h48
(atualizado em 1/7/2024 às 07h45)
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Partido Reunião Nacional conseguiu 34% dos votos para o Parlamento
Partido Reunião Nacional conseguiu 34% dos votos para o Parlamento
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Pela primeira vez na história, o partido de direita radical Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu como o mais votado no primeiro turno das eleições parlamentares na França. É o que indica a primeira pesquisa de boca de urna divulgada pela rede de TV France 2 após o fechamento das cabines de votação neste domingo (30/6).

Segundo a pesquisa, o RN obteve 34% dos votos. Já a Nova Frente Popular, coligação de esquerda, teve 28,1% dos votos, aponta o levantamento. A coligação liderada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ficou com 20,3%. Outros 10% dos eleitores votaram no partido Republicano.

No dia 7 de julho, haverá segundo turno entre os candidatos mais votados no primeiro turno — qualquer pessoa com mais de 12,5% dos votos no primeiro turno passa para a próxima etapa.

O resultado é uma grande derrota para o presidente Emmanuel Macron, que havia dissolvido a Assembleia Nacional e antecipado o pleito após uma vitória do Reunião Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu, em maio.

A Nova Frente Popular, criada no dia seguinte à dissolução do parlamento francês, e que une os partidos de esquerda na França, pôs por água abaixo a estratégia do centrista Macron e acabou por facilitar ainda mais a vitória da direita radical de Marine Le Pen.

O presidente contava com o eleitorado de esquerda para manter seus deputados e barrar a expansão de Marine Le Pen, que pela primeira vez chega ao poder na Assembleia Nacional.

Macron disse que os eleitores do RN expressaram a sua raiva na disputa europeia.

"Ouvi a sua mensagem", disse ele aos eleitores franceses, "e não a deixarei passar sem uma resposta".

O presidente parece ter pensado que uma campanha relâmpago iria afastar os eleitores do flerte com os "extremos" e devolver uma maioria centrista à Assembleia Nacional. Mas isso não aconteceu, deixando seu partido em terceiro lugar, perdendo para a direita radical e também para a esquerda.

A eleição escolheu os membros da câmara baixa do parlamento francês, a Assembleia Nacional, que elabora as leis e tem 577 assentos. A câmara alta, o Senado, é eleita pelas autoridades locais e pelos próprios membros da Assembleia Nacional.

O presidente Emmanuel Macron foi o grande derrotado nas eleições parlamentares
O presidente Emmanuel Macron foi o grande derrotado nas eleições parlamentares
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Após a pesquisa de boca de urna, Macron falou com a agência de notícias AFP.

O presidente francês apelou aos eleitores para que se unam em apoio dos candidatos "republicanos e democráticos" no segundo turno das eleições que se realizam no próximo domingo.

Macron também saudou a elevada participação eleitoral no primeiro turno de hoje.

Em discurso após a vitória, Marine Le Pen, que já perdeu três vezes a eleição presidencial, inclusive para Macron, afirmou que a "democracia falou" e que o partido do presidente foi "praticamente aniquilado".

Jordan Bardella, líder do RN e jovem figura midiática do partido, classificou esta eleição como a "mais importante" da França em 60 anos.

O que acontece agora?

Marine Le Pen afirmou que o partido de Macron foi 'praticamente aniquilado'
Marine Le Pen afirmou que o partido de Macron foi 'praticamente aniquilado'
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O segundo turno das eleições, no próximo domingo, poderá não terminar com uma maioria absoluta de um único partido.

Existem 577 cadeiras na Assembleia Nacional, incluindo 13 distritos ultramarinos e 11 círculos eleitorais que representam expatriados franceses no estrangeiro. Para garantir a maioria absoluta, um partido precisa de 289 assentos.

A aliança de Macron tinha apenas 250 assentos e precisava conseguir apoio de outros partidos para aprovar uma lei.

O primeiro turno, que aconteceu hoje, eliminou todos os candidatos que não conseguiram obter o apoio de 12,5% dos eleitores recenseados localmente.

Qualquer pessoa que obtiver 50% dos votos com uma participação de pelo menos um quarto do eleitorado local vence automaticamente. Isso acontece em alguns círculos eleitorais.

No segundo turno, há vagas disputadas por dois, três ou por vezes quatro candidatos.

Alguns candidatos podem desistir antes para dar a um aliado uma melhor chance de impedir a vitória de um rival - por exemplo, da direita radical.

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