Após incertezas, começa na Suíça a conferência de paz para a Síria
Após inumeráveis avanços e retrocessos no terreno diplomático, e tendo como plano de fundo uma guerra civil que cada vez aumenta mais em níveis de horror, teve início às 9h desta quarta-feira (6h de Brasília) em Montreux, na Suíça, a conferência de paz para a Síria, conhecida como Genebra 2.
Como estava programado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do país anfitrião, Didier Burkhalter, foram os primeiros a falar. Os chefes da política externa dos Estados Unidos, John Kerry, e da Rússia, Sergei Lavrov, devem ser os próximos a discursarem na abertura da cúpula.
Ban Ki-moon pediu para que as delegações sírias presentes na conferência atuem com seriedade e de forma construtiva, e que governo e oposição têm a responsabilidade de terminar com o conflito e começar a reconstruir o país.
Ao longo do dia os ministros dos outros países farão seus discursos até as 16h (de Brasília), quando se espera que comecem as entrevistas coletivas, incluídas a do secretário- geral da ONU.
Pela primeira vez, o governo de Bashar al-Assad aceita participar do processo com a oposição, concedendo a ela o status de interlocutora política legítima e abrindo a porta para uma possível solução ao conflito.
As delegações dos 39 países convidados para as conversas de paz começaram a chegar ao hotel Montreux Palace nessa terça-feira, onde se hospedarão e em frente ao qual, em um edifício que funciona como um de seus anexos, acontece a conferência.
Esperança moderada e objetivos concretos
Apesar da participação em Genebra 2 implicar a aceitação comum que sua finalidade é a constituição de um órgão de governo transitório com todos os poderes executivos, incluído sobre as forças policiais e militares, quem está envolvido de perto no processo diplomático preliminar mostra pouca esperança que isto seja alcançado.
Analistas e diplomatas ressaltam que a única coisa que pode se esperar desta primeira rodada de negociações é um acordo em favor do acesso humanitário à população afetada pelo conflito, principalmente nas áreas sitiadas.
Outro aspecto em que pode haver um resultado concreto tem a ver com a libertação e troca de prisioneiros, uma possibilidade sobre a qual Assad se pronunciou a favor recentemente. A entrega do poder pelo presidente sírio, cuja família dirige o destino da Síria há mais de 40 anos, como exige a oposição, parece por enquanto um objetivo muito difícil de se conseguir.
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Com informações da agência EFE