O grupo extremista Frente al Nusra, vinculado à rede terrorista Al-Qaeda, pediu vingança pelo suposto ataque com armas químicas do regime sírio, denunciado nesta semana pela oposição e que teria causado a morte de centenas de pessoas na periferia de Damasco, segundo mensagem vinculada neste domingo em um site jihadista.
Em uma gravação divulgada neste domingo e cuja autenticidade não pôde ser verificada, o líder do grupo rebelde, Abi Mohammed al Yulani, afirmou que vão ocorrer ataques nos locais controlados pelo regime "como uma vingança pelo massacre de Guta", uma das áreas próximas da capital, onde opositores e ativistas denunciaram que houve uso de agentes tóxicos.
Yulani acusou a comunidade internacional de ter permitido a morte de pessoas com esse tipo de substâncias e disse que as forças do presidente sírio, Bashar al Assad, fizeram esse ataque pois estão sentindo "que seu fim está próximo". "A vingança pelo sangue dos filhos (de Guta) é uma dívida e não vamos nos esquecer dela até que os façamos sentir o que eles nos fizeram sentir", disse o chefe da Al Nusra, que anunciou uma "série de invasões contra os povos cruzados".
Além disso, Yulani declarou que "para cada míssil com agentes químicos que atingiu nosso povo na Síria, um dos seus (pessoas do regime) pagará o preço com a permissão de Alá". A Coalizão Nacional da Síria (CNFROS, a principal aliança de oposição) denunciou na última quarta-feira que 1,3 mil pessoas morreram em um ataque com armas químicas na região de Guta Oriental e outras áreas nos arredores de Damasco.
O Observatório de Sírio de Direitos Humanos reduziu ontem o número de mortos nesse suposto ataque para 322 pessoas, entre elas 54 crianças e 82 mulheres, e acusou diretamente o regime sírio de ser responsável pelo massacre.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) confirmou também no sábado a morte de 355 pessoas com sintomas neurotóxicos na periferia sul de Damasco, sem acusar quem foi o autor do massacre.
Por outro lado, as autoridades sírias negaram essas acusações e denunciaram que os grupos rebeldes utilizaram armamento químico contra seus soldados ontem na cidade de Yobar, próxima a Damasco. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, afirmou hoje na Indonésia, onde se encontra em visita oficial, que as Forças Armadas americanas já estão preparadas para executar qualquer ordem do presidente de seu país, Barack Obama, que avalia uma possível intervenção militar na Síria.
Obama, no entanto, ainda parece reticente em relação a uma intervenção e reiterou que primeiro deve ser provado o suposto uso de armas químicas por parte do regime sírio para depois buscar a cooperação da ONU.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam