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Distúrbios no Mundo Árabe

Milhares de pessoas chegam à praça Tahrir para manifestação

1 fev 2011 - 08h26
(atualizado às 12h01)
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Milhares de pessoas vindas de todos os pontos do Cairo já começaram a encher a praça Tahrir, o epicentro dos protestos contra o presidente Hosni Mubarak, de onde deve partir uma manifestação massiva para reivindicar a saída do líder.

Começa greve geral no Egito:

Para chegar à praça é preciso passar por até três postos de controle instalados por civis e militares: no primeiro, cidadãos pedem a documentação dos manifestantes; em seguida, soldados revistam aos presentes; enquanto no terceiro, os organizadores do protesto voltam a registrar as pessoas.

Em Tahrir estão se reunindo egípcios de todas as idades, de idosos a crianças que acompanham seus pais. Todos trazem bandeiras e cartazes com lemas como "O povo despediu o presidente".

Enquanto isso, um helicóptero militar sobrevoa a área e vários tanques do Exército permanecem estacionados ao redor dos acessos da praça, onde não há presença de policiais, que foram afastados da praça por Mubarak após protagonizarem a repressão dos protestos da sexta-feira passada.

Entre os manifestantes, sete homens vestidos de branco e com faixas também brancas na cabeça - como "jihadistas" - gritam em árabe e em inglês: "Estou pronto para morrer pelo meu Egito!".

As autoridades egípcias ordenaram nesta segunda-feira à noite o fechamento imediato das estradas que levam ao Cairo e do porto de Alexandria, no norte do Egito, além da suspensão dos serviços de trens em todo o território.

Apesar disso, um porta-voz dos Irmãos Muçulmanos, a principal força opositora do país, disse nesta terça-feira à Agência Efe que milhares de membros do grupo islâmico haviam chegado na última noite de diferentes províncias do país para participar da manifestação.

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro.Depois Já passam de 100 os mortos desde o início dos protestos, na última terça.



EFE   
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