A oposição síria acusou o regime de Bashar al-Assad de estar por trás do duplo atentado mortal perpetrado na sexta-feira em Trípoli, uma grande cidade de maioria sunita no norte do Líbano. "Os dois atentados de Trípoli e o perpetrado ao sul de Beirute recentemente são um projeto de dissidência elaborado por um regime criminoso de outros tempos, para provocar um conflito odioso que levaria a região à destruição e ao caos", afirmou a opositora Coalizão Nacional Síria em comunicado divulgado na sexta-feira à noite.
Esta situação de caos levaria "o Líbano e a região ao abismo", disse a oposição. Um duplo atentado com carro-bomba matou, na sexta-feira, pelo menos 42 pessoas e feriu centenas em Trípoli. Trata-se do atentado com mais mortos desde o fim da guerra civil no Líbano em 1990.
A dupla explosão acontece uma semana depois de outro atentado causar 27 mortes em um reduto do movimento xiita Hezbollah, no sul de Beirute.
A Coalizão acusa, além disso, o governo libanês, dominado pelo Hezbollah, de "apoiar um regime despótico (na Síria) contra a livre vontade do povo sírio". O Hezbollah combate há meses ao lado das tropas do regime sírio contra os rebeldes que buscam derrotar al-Assad.
Al-Qaeda acusa Hezbollah
Por sua vez, o braço da rede Al-Qaeda no norte da África culpou o Hezbollah pelo atentado em Trípoli e ameaçou se vingar, segundo informou um site de monitoramento de inteligência, com sede nos Estados Unidos. Embora a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, aparentemente não esteja em ação no Líbano, a declaração mostra um ódio crescente regional contra o Hezbollah da parte de grupos radicais muçulmanos sunitas e o aprofundamento da divisão sectária no Oriente Médio.
O grupo afirmou no Twitter saber "com certeza" que o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã, foi o responsável pelo ataque que matou mais de 42 pessoas em Trípoli. "Esse partido vil (Hezbollah) ... tem de saber que haverá retribuição em breve", disse, de acordo com o serviço de monitoramento SITE.
O Hezbollah, que já foi elogiado tanto por sunitas e xiitas por suas batalhas contra Israel, perdeu o apoio de boa parte dos sunitas depois que se uniu ao presidente sírio, Bashar al-Assad em sua luta de dois anos e meio contra um levante da maioria sunita na Síria.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam