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Distúrbios no Mundo Árabe

Paquistão: tribunal acusa ex-ditador de alta traição

31 mar 2014 - 05h38
(atualizado às 05h42)
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Um tribunal especial de Islamabad formalizou nesta segunda-feira a acusação contra o ex-ditador militar Pervez Musharraf por alta traição por causa de sua decisão de suspender a ordem constitucional em 2007. Se condenado, ele pode pegar pena de morte.

Musharraf, que compareceu pela segunda vez ao tribunal sob a ameaça de ser detido, se declarou inocente e pediu permissão para visitar sua mãe, doente no exterior, de acordo com o jornal Express Tribune.

O painel de três juízes decidirá ao longo do dia se permitirá Musharraf viajar até os Emirados Árabes Unidos, onde sua mãe está hospitalizada. A audiência do ex-ditador aconteceu em um dia útil na capital paquistanesa, o que causou engarrafamentos que provocaram o atraso dos próprios juízes.

O ex-chefe do exército paquistanês foi acusado de alta traição há três meses pelo governo e está em liberdade condicional. Em 2007, ele decretou estado de emergência, suspendeu o parlamento e ordenou a prisão de 60 juízes, decisões que, para o governo, significaram traição, de acordo com o artigo 6 da Carta Magna paquistanesa.

Após a acusação foi criado um tribunal especial, mas Musharraf se negou a comparecer por quatro vezes após ser internado em 2 de janeiro, ao sentir uma dor no peito quando ia para a primeira audiência.

De acordo com a imprensa local, Musharraf, 70 anos, foi transferido à Unidade de Terapia Intensiva  (UTI) do hospital militar neste fim de semana, onde está internado desde a piora de seus problemas cardíacos.

Musharraf chegou ao poder em 12 de outubro de 1999 após dar um golpe de Estado contra o então primeiro-ministro Nawaz Sharif, que voltou à chefia de governo após vencer as eleições de maio do ano passado.

O ex-general, único dos quatro ditadores militares do Paquistão que chegou a ser preso, tentou retomar sua carreira política em 2013 ao voltar ao país para participar das eleições gerais, mas foi impedido pela justiça e em seguida preso.

EFE   
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