O presidente do Irã, Hassan Rohani, condenou neste sábado a utilização de armas químicas na Síria, causando a morte de "pessoas inocentes", e pediu que a comunidade internacional tome medidas para impedir que o uso dessas armas volte a ocorrer. Em declarações divulgadas pelas agências de notícias locais Isna e Mehr, Raohani lamentou os ataques com esse armamento não convencional, mas não falou sobre quem seriam os possíveis autores dos mesmos. Lembrou que o próprio Irã foi vítima de ações semelhantes no passado, em referência ao massacre de Halabja, em 1988.
"Muitos civis inocentes foram feridos e martirizados por armas químicas, o que é uma desgraça. Condenamos taxativamente o seu uso, já que a República Islâmica do Irã foi vítima de armas químicas", afirmou. O suposto uso desse armamento proibido por parte do governo de Bashar al Assad voltou à tona nesta semana depois que a oposição na Síria denunciou a morte de dezenas de pessoas em um ataque com agentes químicos nos arredores de Damasco, mas o governo sírio desmentiu seu envolvimento.
As imagens dos corpos sem marcas de sangue e com as pupilas dilatadas, divulgadas pela oposição, suscitaram uma onda de preocupação e protestos internacionais, que exigem que a ONU averigue os acontecimentos. Os Estados Unidos advertiram que existe a possibilidade de uma eventual intervenção militar no país do Oriente Médio se for confirmado o ataque químico.
O Irã, que desde o início do conflito civil na Síria apoiou o regime de Bashar al Assad, com o qual mantém uma aliança estratégica desde a década de 1980, acusou no passado os rebeldes sírios de terem usado armas químicas. "A República Islâmica já pediu à comunidade internacional que utilize toda a sua capacidade para impedir o uso destas armas no mundo todo, em particular na Síria", afirmou Rohani, sem citar culpados, segundo a agência Mehr.
O líder iraniano também condenou o último atentado no Líbano, que na última sexta-feira matou cerca de 50 pessoas, e acusou Israel de preparar, junto com os EUA, um grande complô no Oriente Médio. Nesse sentido, ressaltou que a instabilidade regional prejudica todo o Oriente Médio e os muçulmanos, e "favorece exclusivamente" o Estado israelense.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam