Rebeldes sírios se apoderam de armas da ONU em Golã
Terroristas usam uniformes e posições das forças das Nações Unidas para atirar contra o exército da Síria
Rebeldes sírios ligados à Al-Qaeda apreenderam armas, veículos e uniformes das forças de paz das Nações Unidas nas colinas de Golã, informou o embaixador sírio Bashar Jaafari.
As forças da ONU tiveram de deslocar centenas de tropas para o setor ocupado por Israel nas colinas do Golã, depois que rebeldes sírios avançaram para suas posições.
Segundo Jaafari, combatentes da Al-Nosra conseguiram ocupar todo o lado sírio de Golã, expulsando as tropas da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (UNDOF).
"Os terroristas usam agora os carros das Nações Unidas, que têm o emblema das forças da ONU nas colinas do Golã. Estão usando uniforme da UNDOF, armas da UNDOF, posições da UNDOF para disparar contra o exército sírio, assim como contra posições civis", afirmou Jaafari.
O Conselho de Segurança da ONU tem previsto discutir a crise do Golã durante uma sessão nesta quarta-feira, depois que mais de 40 soldados de Fiji, da UNDOF, foram detidos durante duas semanas pela Al-Nosra.
Jaafari acusou Israel, Catar e Jordânia de estar por trás de uma "grande conspiração" para desestabilizar a Síria, permitindo aos rebeldes tomar o controle de parte do território para estabelecer uma zona segura a partir da qual seriam lançados ataques.
Desde 1974, a UNDOF controla um cessar-fogo acertado entre Israel e a Síria nas colinas de Golã.,
Israel se apoderou de 1.200 km2 desta área durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e depois os anexou a seu território em 1981, o que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
Cerca de 510 km2 das colinas continuam no lado sírio da linha de cessar-fogo, com tropas da UNDOF supervisionando esta faixa de 70 km do Líbano no norte à Jordânia no sul.
Seis países contribuem com tropas para formar esta força de 1.200 efetivos da ONU no Golã: Fiji, Índia, Irlanda, Nepal, Holanda e Filipinas.