Retirar convite ao Irã sobre paz na Síria foi um "erro", diz Rússia
A decisão do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de retirar o convite para o Irã participar das conversações sobre a paz na Síria foi um “erro”, mas não uma “catástrofe”, de acordo com o governo russo.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse nesta terça-feira que o motivo da retirada do convite usado pelo secretário-geral é baseado em uma falsa interpretação de um documento produzido em junho de 2012, produzido na primeira conferência internacional realizada sobre a questão síria, de acordo com a agência de notícias RT.
Menos de 24 horas depois de ter convidado o regime de Teerã a participar das conversas de paz na Síria, Ban Ki-moon alegou que o Irã se recusou a apoiar a formação de um governo de transição que viabilize o fim da guerra no país governado por Bashar Al-Assad.
Segundo Lavrov, o documento de 2012 não especifica a necessidade de mudança de regime na Síria, fato que foi usado para a exclusão do Irã das conversas de paz, uma vez que a própria Rússia não defende a mudança unilateral do regime de Damasco, mas sim o diálogo entre os dois lados do conflito.
Caso a atitude tomada para a exclusão do Irã fosse adotada com a Rússia, o país também não deveria participar da conferência, apontou o ministro russo. Seguindo a mesma linha, Lavrov afirmou que os países que já manifestaram o desejo pela saída de Assad deveriam ser banidos do encontro, uma vez que o documento produzido ao fim da Conferência de Genebra I não tinha como objetivo a mudança de regime, e sim o diálogo, integridade territorial, rejeição ao terrorismo e proteção das minorias.