Rússia diz que ataque à Síria desestabilizaria o país e a região
A Rússia disse ao enviado especial da Liga Árabe e da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, que atacar o país para punir o governo Assad pelo suposto uso de armas químicas poderia desestabilizar ainda mais a nação árabe e a região, de acordo com informações da agência Reuters.
Em uma ligação telefônica nessa terça-feira, o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov disse a Brahimi que “tentativas de uma solução militar levarão apenas a uma maior desestabilização da situação na Síria e na região”, segundo comunicado do Ministério russo.
"Lavrov advertiu que na Síria não há alternativa à regra político-diplomático e que as tentativas de solução pela força unicamente conduzirão a uma maior desestabilização do país e da região", apontou o Ministério.
O chefe da diplomacia russa e o enviado da ONU concordaram que, "neste momento crítico para todas as partes, incluído os 'atores' externos, todos devem atuar com a maior responsabilidade possível para não repetir os mesmos erros do passado".
A Chancelaria russa ressaltou que o agravamento da situação em torno da Síria nos últimos dias é uma "consequência das declarações e dos passos dados por uma série de países", em alusão à disposição dos Estados Unidos e de alguns de seus aliados em lançar um ataque contra as forças do regime de Bashar al Assad.
A Rússia, por sua vez, advertiu de maneira reiterada sobre as "consequências catastróficas" de uma possível intervenção militar na Síria, sem o mandato da ONU, em represália ao suposto uso de armas químicas pelas tropas governamentais sírias.
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Rogozin, acusou ontem o Ocidente de agir "como um macaco com uma granada na mão" em relação ao mundo muçulmano, num momento em que os Estados Unidos e várias capitais europeias avaliam uma intervenção militar na Síria. "O Ocidente se comporta com o mundo muçulmano como um macaco com uma granada", escreveu no Twitter o encarregado do complexo militar-industrial russo.
A Casa Branca, por sua vez, revelou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, analisaram também nessa terça-feira, por meio de uma conversa telefônica, "possíveis respostas" da comunidade internacional ao suposto ataque com armas químicas por parte do regime sírio na última semana.
Com informações da agência EFE