O governo da Síria disse neste sábado que um ataque dos Estados Unidos contra o país árabe "teria graves repercussões e seria uma bola de fogo que faria arder todo o Oriente Médio". Neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, conversaram por telefone sobre a situação no país.
Em extratos de uma entrevista divulgada pela televisão estatal síria, o ministro da Informação da Síria, Omran al Zubi, disse que as pressões dos Estados Unidos são uma "perda de tempo". Além disso, afirmou que o governo sírio "continuará o combate contra o terrorismo até o final".
O ministro reiterou que seu governo e as tropas leais ao presidente Bashar al-Assad "não usaram nem usarão" armamento químico, como acusa a oposição e os rebeldes. O dirigente reafirmou a acusação feita hoje pelo exército sírio de que foram os rebeldes que utilizaram agentes químicos nos enfrentamentos deste sábado em Yobar, subúrbio de Damasco.
Autoria de ataque químico na Síria é desconhecida:
Em comunicado, uma fonte militar assegurou que soldados sírios "viram elementos químicos e sofreram asfixia" quando entravam em refúgios dos rebeldes em Yobar. "Cerca de 20 soldados foram transferidos urgentemente ao hospital após terem inalado agentes químicos em Yobar, e alguns deles se encontram em estado crítico", disse a fonte.
Além disso, o exército teria descoberto remédios contra a inalação de agentes químicos, assim como um grande número de máscaras antigás.
A acusação do regime veio pouco depois da chegada hoje a Damasco da representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, que terá como missão convencer as autoridades sírias a permitir o acesso imediato à área do suposto ataque com armas químicas na periferia da capital.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam
Foto: Reuters
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Obama e Cameron discutem possível ataque
Obama e Cameron conversaram sobre a situação na Síria e manifestaram sua "grave preocupação" com as informações sobre o uso de armas químicas.
Em um comunicado, a Casa Branca informou que os dois líderes "continuarão mantendo consultas" em torno do suposto uso de armas químicas por parte do regime do presidente Bashar al-Assad contra a oposição armada, "assim como sobre a possível resposta da comunidade internacional".
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou neste sábado ter contabilizado 322 mortos vítimas de "gases tóxicos" nas proximidades de Damasco na última quarta-feira, incluindo "54 crianças, 82 mulheres e dezenas de rebeldes".
Segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), cerca de "3.600 pacientes com sintomas neurotóxicos" chegaram na quarta-feira a três hospitais da província de Damasco após o suposto ataque com armas químicas.