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Donos de restaurantes na Itália entregam chaves em protesto

Empresários pedem ao governo a reabertura dos locais já em maio

29 abr 2020 - 13h41
(atualizado às 14h12)
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Inúmeros donos de restaurantes na Itália fizeram um protesto inusitado para pedir a reabertura dos locais já a partir do dia 4 de maio, na segunda fase do plano do governo para enfrentar a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2): os empresários entregaram as chaves dos estabelecimentos aos prefeitos locais.

Restaurantes em Portofino acenderam as luzes para protestar contra o governo
Restaurantes em Portofino acenderam as luzes para protestar contra o governo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Organizada a partir de Bari, a iniciativa já foi registrada em 19 regiões italianas - tanto em pequenas como em grandes cidades. A ação foi criada porque no anúncio do último domingo (26), o governo italiano não incluiu o setor como um dos que reabrirá já em maio, prevendo o reinício das atividades apenas em 1º de junho, em uma terceira fase do plano.

Na cidade onde tudo começou, a chave foi desenhada como forma de representar os 3,5 mil empreendedores donos de hotéis, restaurantes e bares de Bari e entregue ao prefeito Antonio Decaro, que é o presidente da Associação Nacional das Prefeituras Italianas (Anci).

Em Milão, além dos empresários do ramo, donos de clínicas de estética e de beleza também se uniram ao ato. Uma delegação formada por três pessoas, para evitar aglomerações, também entregaram as chaves dos estabelecimentos.

"Entregamos duas mil chaves de restaurantes, negócios de estética, cabeleireiros e salas de cinema à Prefeitura para protestar. Não sabemos se conseguiremos reabrir em junho porque não há sequer as regras, temos queda de faturamento de 70% e precisamos investir para adequar as nossas atividades para as novas medidas de segurança. Não sabemos sequer se uma família de quatro pessoas poderá sentar junta em uma mesa", destaca o promotor da ação e dono de restaurante, Alfredo Zini.

O grupo foi recebido pela assessora para o Comércio, Cristina Tajani, e pelo chefe de Gabinete do prefeito Giuseppe Sala, Mario Vanni. Os dois informaram que não podem permitir a reabertura local, se sobrepondo a uma decisão nacional, mas que estão criando um plano para o setor - com a possibilidade de uso de uma área externa pública próxima aos restaurantes e um desconto na taxa de ocupação do solo.

Também na pequena Portofino foram feitos dois protestos: o primeiro, na noite desta terça-feira (28), os donos de bares e restaurantes deixaram as luzes dos estabelecimentos acesas; já nesta quarta-feira (29), os donos dos locais também entregaram sua chaves à Prefeitura.

Em todos os atos, os empresários reconheceram que os governos locais não têm muito o que fazer de maneira individual, mas quiseram esse contato com as prefeituras como uma forma de pressionar o governo em Roma. A Itália é um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, com mais de 27,6 mil mortes e 203 mil infectados.

Por conta disso, desde o dia 10 de março, a nação está em quarentena obrigatória, permitindo apenas o funcionamento dos serviços essenciais. A partir de 4 de maio, porém, começará o afrouxamento das medidas restritivas.

Ansa - Brasil
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