Drones matam pelo menos 15 pessoas no Mali
Pelo menos 15 pessoas, incluindo crianças, foram mortas por ataques de drones neste domingo na cidade de Tinzaouaten, no norte do Mali, perto de região onde o exército sofreu um duro golpe no mês passado, disseram rebeldes tuaregues.
O Mali já havia realizado ataques aéreos contra alvos insurgentes em Tinzaouaten e seus arredores, logo depois que combatentes tuaregues e islâmicos mataram um grande número de soldados malineses e mercenários russos Wagner perto da cidade em julho.
A cidade, localizada perto da fronteira com a Argélia, foi novamente atacada por drones no domingo, disse um porta-voz de uma coalizão rebelde conhecida como Estrutura Estratégica Permanente para a Paz, Segurança e Desenvolvimento (CSP).
Os ataques atingiram uma casa de civis, uma farmácia e outras partes da cidade, disse Mohamed Elmaouloud Ramadane por telefone.
Cerca de 15 pessoas foram confirmadas como mortas, incluindo crianças, e o número de mortos deve aumentar, acrescentou.
O exército do Mali não respondeu a um pedido de comentário.
Os combates perto de Tinzaouaten no final de julho podem ser a maior derrota de Wagner desde que a empresa de mercenários entrou em cena há dois anos para ajudar a junta do Mali a combater grupos insurgentes.
Os rebeldes tuaregues disseram que mataram pelo menos 84 mercenários e 47 soldados malineses. Uma afiliada da Al Qaeda disse que o grupo matou 50 mercenários Wagner e 10 soldados malineses.
Nem Mali nem Wagner informaram quantos soldados foram mortos, embora a empresa tenha dito que sofreu grandes perdas.
Separatistas tuaregues e insurgentes jihadistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico operam no norte do Mali.
O país vem lutando contra insurgentes jihadistas desde que grupos islâmicos venceram uma rebelião tuaregue em 2012.
A frustração com o fracasso das autoridades em restaurar a segurança contribuiu para golpes de Estado em Mali, Burkina Faso e Níger desde 2020.
Posteriormente, as juntas cortaram os laços com aliados ocidentais e regionais, voltando-se para a Rússia.
Os separatistas, por sua vez, assinaram um acordo de paz com o governo do Mali em 2015. Mas o CSP desistiu das negociações em 2022.