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Economistas pró-indústria integrarão equipe de transição de Fernández na Argentina

30 out 2019 - 16h25
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Dois economistas pró-indústria devem fazer parte da equipe de transição na área econômica de Alberto Fernández, disse nesta quarta-feira um porta-voz do presidente eleito da Argentina em um momento de grande ansiedade dos mercados para conhecer indícios do futuro governo.

Presidente eleito argentino, Alberto Fernández 
29/10/2019
REUTERS/Agustin Marcarian
Presidente eleito argentino, Alberto Fernández 29/10/2019 REUTERS/Agustin Marcarian
Foto: Reuters

Matías Kulfas e Cecilia Todesca, atuais assessores do peronista de centro-esquerda Fernández, são defensores do mercado doméstico e do desenvolvimento industrial e ocuparam cargos executivos no Banco Central durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.

    Tendo uma crise econômica grave como pano de fundo, a transição presidencial começou assim que Fernández designou uma equipe de trabalho nesta semana para conversar com funcionários do governo neoliberal de Mauricio Macri, o que criou expectativas positivas entre os investidores.

    Mas as conversas não avançaram no último dia, disse à Reuters o mesmo porta-voz de Fernández.

    "À espera de definições econômicas, a volatilidade dos ativos financeiros locais se mantém alta... A chave está em qualquer declaração que Fernández possa dar acerca da renegociação da dívida argentina e das negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional)", disse em um comunicado a corretora Portfolio Personal.

O peso argentino  recuava 0,49% nesta quarta-feira, afetado por uma forte restrição monetária para a compra de divisas adotada com a justificativa de preservar as reservas já combalidas do Banco Central.

    A incerteza dos poupadores se refletia em um corte de liquidez abrupto, já que os títulos soberanos extra-bolsa  só rendiam em média 0,1% diante de um risco país  com alta de 25 pontos, chegando a 2.231 pontos-básicos, e a bolsa portenha registrava uma retração de 0,69% em seu índice S&P Merval.

    Fernández conquistou a Presidência no domingo com 48,10% dos votos frente 40,37% de Macri, uma diferença inferior à esperada pelos institutos de pesquisa, o que acalmou muitos investidores que esperam uma oposição forte após a troca de governo no dia 10 de dezembro.

    Apesar de Fernández ser considerado um político moderado, os mercados financeiros temem regulamentações amplas da economia, como as adotadas por sua companheira de chapa Cristina Kirchner durante suas duas gestões entre 2007 e 2015.

A reativação da economia, a redução da inflação, o combate à pobreza e a renegociação de um empréstimo de 57 bilhões de dólares firmado no ano passado com o FMI serão as prioridades nas quais Fernández terá que se concentrar quando tomar posse.

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